É uma sombra, nada mais. Porém assume um caráter simbólico quando se observa a agressividade da mulher que tentava com violência interromper uma homenagem que profissionais de saúde realizavam no Dia do Trabalhador a colegas infectados pela Covid-19.
A sombra da mulher bolsonarista tem os contornos da imagem da morte.
A primeira reação diante da imagem, que circula na internet, é a de que se trata de uma montagem.
Mas não.
Basta ver o vídeo para constatar que a imagem é real.
A mulher está com boné, talvez para proteger o botox com aparência de recém-implantado, e segura uma bandeira do Brasil. Ela usa outra outra bandeira como capa.
Ao tremular, a bandeira que ela segura projeta a sombra que parece a foice da morte.
Esta mulher, que ofendia as enfermeiras que seguravam uma cruz, com insultos como “você fede” e “analfabeta funcional”, não foi identificada.
Seu parceiro de arruaça é Renan Sena, um evangélico que, segundo reportagem do Uol, é funcionário terceirizado do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, cuja titular é a pastora Damares Alves.
“Sena é analista de projetos do setor socioeducativo, mas não aparece nem exerce suas atividades no ministério desde meados de março”, informa o repórter Flávio Costa.
O parceirI da, digamos assim, Dona Morte foi contratado pela empresa G4F Soluções Corporativas Ltda, que tem um contrato com o MDH no valor de R$ 20 milhões de prestação serviços operacionais e apoio administrativo.
Confrontado pela revelação de que ele era o arruaceiro da Praça dos Três Poderes e que também quase não aparece para trabalhar, o Ministério de Damares informou que solicitou à empresa terceirizada sua demissão, que teria sido formalizada em 23 de abril.
Mas o Ministério não enviou documentos para comprovar o desligamento.
Sena e a Dona Morte são figuras conhecidas nos protestos bolsonaristas em Brasília.