
O deputado federal Zé Trovão fez duras ameaças ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante discurso na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20). Em defesa do pastor Silas Malafaia, alvo de operação da Polícia Federal, o parlamentar afirmou que a oposição “acabaria com a vida” do magistrado, declaração que gerou forte repercussão.
Em sua fala inicial, Zé Trovão acusou o Supremo de perseguição contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Que dia para se dizer mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal. Continuem perseguindo as pessoas. Estão no caminho certo para que, daqui a pouco tempo, este país seja uma desgraça definitiva. Alexandre de Moraes, presta atenção, o seu dia, o seu fim está próximo e nós vamos acabar com a sua vida”, declarou.
Pouco depois, o deputado retornou ao microfone para recuar de sua afirmação. Ele alegou que suas palavras haviam sido mal colocadas e tentou reformular a crítica. “Quero fazer uma correção na minha fala quando citei o Moraes. Eu disse ‘destruir a sua vida’ e isso não é verdade de maneira nenhuma. Nós não estamos aqui para destruir vidas, e sim as ações erradas que ele tem tomado. Nós iremos acabar com a injustiça que ele comete”, disse.
Deputado Zé Trovão diz que o fim de Alexandre de Moraes está próximo: "Nós vamos acabar com sua vida"
tags: Soberania / Polícia Federal pic.twitter.com/6K4BCyZBn8
— Haftas Arden (@HaftasArden) August 20, 2025
As falas do parlamentar ocorreram no mesmo dia em que o pastor Silas Malafaia foi alvo de mandado de busca e apreensão no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. A ordem foi expedida pelo STF no âmbito da investigação que apura crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigações envolvendo organização criminosa.
De acordo com decisão de Moraes, Malafaia manteve “vínculo subjetivo” com Jair Bolsonaro e teria orientado ações que configuram atos executórios de tentativa de intimidação a autoridades do Supremo. O pastor teve aparelhos apreendidos ao desembarcar de um voo vindo de Lisboa, onde havia participado de eventos da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
No mesmo inquérito, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação contra ministros do STF. Ambos são acusados de agir em território americano para tentar influenciar o processo que julga a tentativa de golpe de Estado e pressionar autoridades estrangeiras em busca de apoio político.
No mês passado, Alexandre de Moraes já havia determinado medidas restritivas contra o ex-presidente, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de contato com autoridades estrangeiras e a suspensão de diálogo com Eduardo Bolsonaro. Após descumprimento das ordens, Bolsonaro passou a cumprir prisão domiciliar.