
Nesta sexta-feira (24), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente do governo de Jair Bolsonaro (PL), deu uma entrevista ao programa “Time Line”, da Rádio Gaúcha. Apontado como um político que tem se esforçado pouco para ajudar sua população em um momento de tragédia, o militar afirmou que não seria sua “função” atuar no salvamento de pessoas.
“Vamos lembrar sempre que eu sou um homem de 70 anos de idade, né? Quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água aí? Vocês disserem, tem alguém da minha idade salvando gente, né? Mas eu não vejo isso como minha função. Eu estarei tendo um desvio de função. É a minha visão”, disse.
O bolsonarista, além de não ter feito grandes movimentos na casa legislativa em prol do Rio Grande do Sul, também foi cobrado pelos apresentadores pela falta de compromisso físico.
“Se o Rochet [goleiro do Internacional] foi lá, se o jogador do Grêmio, Diego Costa foi lá e salvou gente em Eldorado, cadê o senador? Cadê o Mourão? Por isso que as pessoas estão nesse sentimento”, questionou a radialista.
“Não é minha função salvar pessoas nas enchentes”, disse Mourão que foi vice-presidente de um governo que passou a boiada no meio ambiente. pic.twitter.com/t5UTqRcZz1
— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) May 24, 2024
Na entrevista, Mourão ainda criticou pessoas que, de fato, estão ajudando os gaúchos a superarem a tragédia. Ele afirmou que existem parlamentares fazendo “exploração política” da situação.
Na última terça-feira (21), o senador já havia atacado o ministro Paulo Pimenta, designado para representar o governo federal no RS, classificando como “cínica” uma declaração do petista sobre as casas de bombas de Porto Alegre, que poderia reduzir os danos na capital gaúcha. Na ocasião, Pimenta afirmou que foi uma opção das gestões de direita, como a do atual prefeito Sebastião Melo (MDB), de não investirem na manutenção da estrutura.
“O ministro Paulo Pimenta teve o cinismo de dizer que as casas de bomba de Porto Alegre são de 1970 e que, de lá para cá, não foi feito nada. Sem citar nomes, culpou os governos Temer e Bolsonaro. O ministro deve ter memória curta, deve ter esquecido os governos Lula e Dilma, os governos Olívio e Tarso; bem como o fato de que a prefeitura de Porto Alegre esteve 16 anos, entre 1989 e 2005, nas mãos do PT”, afirmou Mourão.
Porém, professores do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) afirmaram que a falta de manutenção na gestão de Melo causou a incapacidade de escoar as águas nas últimas semanas. “Anos sem manutenção adequada levaram o sistema a falhar, levando a inundação da capital gaúcha novamente esse ano, sendo que sua magnitude foi a maior já registrada”, explicaram em nota técnica.
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