VÍDEO – “Não há imunidade contra o vírus do autoritarismo”, diz Cármen Lúcia

Atualizado em 11 de setembro de 2025 às 15:08
Cármen Lúcia e Luiz Fux, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

A ministra Cármen Lúcia iniciou nesta quinta (11) seu voto no julgamento da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que “não se tem imunidade absoluta contra o vírus do autoritarismo”. A magistrada é a quarta a votar no processo.

“Por mais que se cuide de produzir vacinas constitucionais e legais pra se imunizar a sociedade de aventuras ditatoriais, em nenhum lugar do mundo se tem imunidade absoluta contra o vírus do autoritarismo, que se insinua insidioso, destilando o seu veneno, a contaminar a liberdade e direitos humanos”, disse a magistrada.

A ministra afirmou que as provas reunidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) não foram negadas pelos réus no processo. Ela ainda argumentou que os atos de 8 de janeiro de 2023 não podem ser tratados como algo trivial. “O 8 de janeiro de 2023 não foi acontecimento banal depois de almoço de domingo, quando as pessoas saíram a passear”, frisou.

Ao analisar o núcleo da acusação, a ministra reforçou que a denúncia descreve uma tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático de direito. Segundo ela, a essência desses fatos permaneceu intacta ao longo do julgamento, sem contestação concreta da defesa.

Mais antiga integrante da turma, a ministra já havia sinalizado em manifestações anteriores que entende ter havido tentativa de golpe no Brasil. Sua posição, portanto, tende a consolidar a maioria pela condenação de Bolsonaro e de outros réus.

Ela faz a leitura do seu voto após a divergência aberta pelo ministro Luiz Fux, que defendeu a absolvição de Jair Bolsonaro e pediu a anulação do processo. Até o momento, o placar está em 2 a 1 a favor da condenação do ex-presidente.

Alexandre de Moraes (relator) votou a favor da condenação de todos os réus por todos os crimes citados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi seguido por Flávio Dino. Fux votou contra condenar Bolsonaro, mas defendeu que Braga Netto e Cid sejam punidos por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.

Acompanhe o julgamento ao vivo:

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.