
O presidente Lula afirmou nesta segunda (13), em coletiva de imprensa em Roma, na Itália, que ainda vai avaliar quem indicará para a vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). O petista declarou que busca um nome técnico e preparado, não uma escolha baseada em relações pessoais.
“Quero uma pessoa, não sei se mulher ou homem, se preto ou branco, mas que seja antes de tudo gabaritada para ser ministro da Suprema Corte. Eu não quero um amigo, quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira”, disse.
O presidente destacou que esse tem sido o critério em todas as indicações feitas por ele desde o início de seu mandato. “Foi assim com todos os ministros que indiquei até agora. Quando chegar no Brasil, vou conversar com muita gente do governo e vou tomar minha decisão e anunciar quem é que vou mandar”.
Durante a entrevista, Lula também fez uma crítica indireta às pressões políticas em torno do processo de escolha. Segundo ele, há um costume no país de se tentar interferir em decisões que são exclusivas do presidente.
“No Brasil tem uma coisa muito interessante: as pessoas acham que podem decidir pelo governo. Indicar um ministro ou ministra da Suprema Corte é tarefa do presidente da República”, prosseguiu.
"Quero uma pessoa, não sei se mulher ou homem, se preto ou branco, mas que seja antes de tudo gabaritada para ser ministro da Suprema Corte. Eu não quero um amigo, quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira. E foi assim… pic.twitter.com/i4p37gQ61U
— GloboNews (@GloboNews) October 13, 2025
O petista aproveitou para comentar a aposentadoria antecipada de Barroso, que foi anunciada na última quinta-feira. Lula disse que já esperava a saída do ministro, mas não imaginava que ela aconteceria tão rapidamente. “O que foi precipitado foi o ministro Barroso se afastar com tanta rapidez. Eu imaginava que ele fosse se afastar, mas demorar um pouco mais”, avaliou.
Com a vaga aberta, começam as articulações dentro e fora do governo para a escolha do próximo nome a ocupar o Supremo. A decisão deve levar em conta critérios jurídicos e políticos, além de passar pela aprovação do Senado Federal.
Barroso assumiu a presidência do STF em 2023 e completaria 75 anos apenas em 2033, idade-limite para aposentadoria compulsória.
Nos bastidores, Jorge Messias, atual advogado-geral da União (AGU), é apontado como favorito para assumir o posto de Barroso no STF. A ministra Daniela Teixeira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também tem ganhado força.