
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) detalhou a estratégia de parlamentares bolsonaristas para tentar aprovar na Câmara uma anistia ampla que inclua o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a atuação será concentrada em alterações ao texto do relator Paulinho da Força (SD-SP), caso a versão inicial não contemple o ex-mandatário.
“Uma anistia é o caminho da pacificação do nosso país, mas a gente sabe que há entraves. Então o primeiro passo é na Câmara, e aí não sabemos como virá o texto. Se o texto contemplar todo mundo, ok, seremos a favor da anistia, claro. Se ele excluir diversas pessoas, é evidente que colocaremos destaques para serem votados”, disse Nikolas em entrevista à coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles.
O parlamentar defendeu que a base de apoio pressione os deputados no momento da votação. “Este é o ponto importante que eu peço para que você, que está vendo esta entrevista, cobre do seu deputado para que ele vote favoravelmente aos destaques que incluam todos nesta anistia. Depois dessa batalha, obviamente, isso seguirá para o Senado. Será a próxima batalha”, prosseguiu.
Para o bolsonarista, a proposta deve ser abrangente, mesmo diante de resistências. Ele argumenta que a medida seria fundamental para encerrar tensões políticas recentes e abrir espaço para o que chama de “pacificação”.
Nikolas citou ainda o ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções dos Estados Unidos pela Lei Magnitsky, como exemplo de quem poderia se beneficiar de uma eventual anistia.
“Nós sabemos que há uma dificuldade enorme do ministro Alexandre de Moraes em aceitar qualquer tipo de acordo de anistia para Bolsonaro e os demais. A minha posição é que todos sejam incluídos, até porque este é o caminho da pacificação”, acrescentou.
Na avaliação do deputado, não deveria haver distinções no alcance da medida. “É um caminho muito simples, que poderia anistiar todo mundo, inclusive o próprio ministro Alexandre de Moraes, acusado de cometer violações de direitos humanos”, acrescentou.