
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou a inação da ONU (Organização das Nações Unidas) diante de guerras como a da Ucrânia e na Faixa de Gaza. Durante discurso na abertura do encontroo de chanceleres do G20, grupo das maiores economias do mundo que é presidido pelo Brasil neste ano, ele afirmou que o organismo internacional está “paralisado” atualmente.
“Nossas posições sobre os casos ora em discussão no G20, em particular a situação na Ucrânia e na Palestina, são bem conhecidas e foram apresentadas publicamente nos foros apropriados, como o Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia Geral da ONU”, afirmou Vieira, que ainda reclama da “inaceitável paralisia” do órgão diante dos conflitos.
?? “O Brasil não aceita um mundo em que as diferenças são resolvidas pelo uso da força militar”, diz o ministro Mauro Vieira no G20, no Rio de Janeiro.
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— Central da Política (@centralpolitcs) February 21, 2024
Ele também criticou a discrepância entre o orçamento militar e o dinheiro gasto com assistência durante os conflitos. “Não é minimamente razoável que o mundo ultrapasse a marca de US$ 2 trilhões em gastos militares a cada ano. A título de comparação, os programas de ajuda da Assistência Oficial ao Desenvolvimento permanecem estagnados em torno de US$ 60 bilhões por ano, menos de 3% dos gastos militares”, prosseguiu.
O chanceler afirma que faltam ações concretas para resolver problemas como desigualdade e mudanças climáticas no mundo e pede que países rejeitem “o uso da força, a intimidação, as sanções unilaterais, a espionagem, a manipulação em massa de mídias sociais e quaisquer outras medidas incompatíveis com o espírito e as regras do multilateralismo como meio de lidar com as relações internacionais”.
O encontro do G20 teve início nesta quarta (21), no Rio de Janeiro, e termina na quinta (22). O evento ocorre em meio a uma crise diplomática entre os governos do Brasil e de Israel.
O principal tema do encontro, segundo o Itamaraty, será a reforma de organismos multilaterais, como a ONU. Como presidente temporário do grupo, o Brasil também escolheu dois outros temas como prioritários para a reunião: o combate à fome e a transição energética.