
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) foi flagrado pelo Jornal Nacional nesta quarta-feira (16) nos arredores da Casa Branca, em Washington, defendendo abertamente a tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre produtos brasileiros. Em entrevista à correspondente Raquel Krähenbühl, Eduardo admitiu ter sido convidado por autoridades americanas para discutir as reações do Brasil à medida, o que gerou forte repercussão política no país.
Durante a conversa, Eduardo Bolsonaro reforçou seu apoio à taxação imposta pelos Estados Unidos e associou diretamente o tarifaço a decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o deputado, as medidas de Trump seriam uma forma de resposta à atuação do magistrado, que tem sido alvo constante de críticas do bolsonarismo. Eduardo também sugeriu que outras sanções podem ser adotadas pelo governo norte-americano.
Entre as possíveis “alavancas” citadas por Eduardo estão o congelamento de bens, cancelamento de vistos e restrições ao acesso do Brasil ao sistema financeiro global. O deputado comparou a situação ao que os Estados Unidos aplicaram contra a Rússia, insinuando que o Brasil poderia ser alvo de medidas semelhantes caso Trump decida endurecer ainda mais a relação bilateral. “Agora está tudo dependendo do Trump. Ele puxou para si esse problema”, afirmou.
🚨🇧🇷 AGORA: Jornal Nacional FLAGRA Eduardo Bolsonaro conspirando contra o Brasil na Casa Branca. pic.twitter.com/eU8X886liF
— POPTime (@siteptbr) July 16, 2025
A declaração de Eduardo Bolsonaro foi interpretada no Planalto como um gesto de sabotagem aos interesses do Brasil, especialmente em um momento de fragilidade comercial diante da ofensiva norte-americana. Integrantes do governo Lula classificaram a postura do deputado como um ato de traição aos interesses nacionais, ao advogar por punições ao próprio país em solo estrangeiro.
O episódio acontece em meio à crise aberta pelo tarifaço de Trump e pela investigação contra o Brasil no setor de pagamentos digitais, que pode atingir diretamente o Pix. O governo brasileiro já articula respostas diplomáticas e políticas para tentar reverter o quadro e minimizar os impactos econômicos das medidas anunciadas por Washington.
Nas redes sociais, a repercussão foi imediata e majoritariamente crítica a Eduardo Bolsonaro. Usuários acusaram o deputado de trabalhar contra o Brasil para favorecer interesses políticos alinhados ao presidente do EUA. Parlamentares da base do governo também reagiram e passaram a defender uma investigação formal sobre as articulações do parlamentar no exterior.