VÍDEO – O dia em que Brizola colocou o amor pelo Brasil acima de seu projeto político pessoal e apoiou Lula

Atualizado em 21 de junho de 2020 às 18:13

Hoje faz 16 anos que Brizola morreu, mas seu legado continua vivo, e forte. Político que se definia como de esquerda e socialista, sem meias palavras, Brizola foi o precursor no Brasil do projeto de escola em tempo integral.

Também combateu a violência policial, sem se descuidar da segurança pública.

Seus detratores dizem que a criminalidade aumentou no Rio de Janeiro depois que, como governador, proibiu a polícia de entrar nas favelas sem que houvesse um mandado a ser cumprido.

Quando confrontado num programa de TV com a crítica de que a violência no Rio de Janeiro tinha aumentado, ele mostrou reportagens, inclusive da revista Veja, que já mostravam o crescimento da criminalidade no Estado quando ele ainda estava no exílio.

Prova de que a crítica era sem fundamento é o que se vê hoje no Rio de Janeiro. O segundo e último governo de Brizola terminou há 26 anos e a criminalidade só aumentou. E pior: com a consolidação do poder mafioso das milícias.

Hoje, o nome de Brizola bombou na rede social — é um dos assuntos mais comentados do Twitter.

Ciro Gomes, que hoje está filiado ao partido que ele fundou — um dos muitos que Ciro já frequentou –, também o homenageou.

É um direito dele.

Mas não há traço de comparação entre os dois políticos.

Brizola foi trabalhista a vida inteira e teria pertencido a uma única legenda, o PTB, se esta não lhe tivesse sido roubada numa manobra da ditadura.

Hoje o PTB está nas mãos do apoiador de um governo miliciano, Roberto Jefferson.

A diferença entre Brizola e Ciro Gomes também fica evidente na comparação entre o comportamento do ex-governador do Rio de Janeiro no segundo turno das eleições de 1989 e do ex-governador do Ceará no segundo turno das eleições de 2018.

Brizola não foi para a Europa.

Proclamou uma das frases mais célebres da política brasileira — “vamos engolir o sapo barbudo”–, arregaçou as mangas da camisa, colocou o paletó no braço e foi à luta.

Ele tinha motivos emocionais para não apoiar Lula, já que a diferença de votos entre os dois no primeiro turno foi insignificante.

Já Ciro Gomes teve menos da metade dos votos de Haddad no primeiro turno, fez uma declaração protocolar e pegou o avião para o exterior.

Covarde, disse depois que não adiantaria ter ficado, já que Bolsonaro ganharia de qualquer jeito.

Brizola vive, porque a história lhe faz justiça.

Ciro ainda engana alguns.

Mas a história é implacável com figuras como ele.

Veja o vídeo da propaganda da campanha de Lula em que Brizola declara apoio a Lula, depois de uma reunião em seu apartamento em Copacabana.

O ex-governador do Ceará jamais terá a grandeza de tomar uma atitude como esta.