
Na segunda-feira (7), a Casa Branca explicou o motivo de Donald Trump ser contrário ao Brics. Segundo a porta-voz Karoline Leavitt, o presidente considera que a aliança entre Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países busca “minar os interesses americanos”. Ela afirmou que o republicano está atento e “monitorando” os desdobramentos da cúpula do grupo, realizada nos dias 6 e 7 de julho, no Brasil.
Leavitt declarou que o presidente “não vê esses países se fortalecendo. Ele os vê como países que tentam minar os interesses dos Estados Unidos, e isso não lhe parece bem, independentemente de quão forte ou fraco um país possa ser”.
A porta-voz também destacou que Trump está focado em proteger os interesses nacionais e tomará medidas para impedir que outros países “se aproveitem dos Estados Unidos e do nosso povo”.
Durante a cúpula no Rio de Janeiro, os líderes do bloco reafirmaram estratégias de independência financeira, como o uso ampliado de moedas locais, a criação de um sistema próprio de pagamentos e o lançamento de um Fundo Multilateral de Garantia. A medida foi vista pela gestão americana como um desafio à supremacia do dólar no comércio internacional.
Os ministros das Finanças do Brics também divulgaram uma declaração conjunta contra “aumentos unilaterais de tarifas e medidas não tarifárias”, reforçando o compromisso com um comércio multilateral baseado em regras.
Após isso, no domingo (6), Trump reagiu afirmando que qualquer país que adotar políticas consideradas “antiamericanas” – em sua visão, incentivadas pelos Brics – será penalizado com uma tarifa de 10%, sem exceções.
A declaração foi entendida como uma ameaça direta aos países que buscam reduzir sua dependência econômica dos Estados Unidos.