VÍDEO: passageira confronta líder do PL em avião contra “PEC da Bandidagem”

Atualizado em 21 de setembro de 2025 às 8:17
Sóstenes ouve protestos contra anistia e PEC da Blindagem em avião. Foto: reprodução

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido de Jair Bolsonaro na Câmara, foi abordado por uma passageira contrária à PEC da Blindagem durante um voo no sábado (20). Neste domingo (21), estão previstos atos em 44 cidades do país contra o projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro e contra a proposta apelidada de PEC da Bandidagem, que busca blindar parlamentares de denúncias criminais.

“Sem anistia, deputado Sóstenes”, disse a mulher não identificada. “Contra a PEC da Bandidagem, vamos estar na rua, todo mundo, domingo”, completou. Em tom irônico, o parlamentar respondeu apenas com a frase “viva a democracia”, mesmo com seu partido sob investigação por envolvimento na trama golpista após a derrota de Jair Bolsonaro em 2022.

À frente da liderança do PL, Sóstenes — aliado do pastor Silas Malafaia — tem sido um dos principais articuladores das manobras para proteger deputados e senadores de investigações da Polícia Federal e de julgamentos no Supremo Tribunal Federal (STF), que a legenda acusa de perseguição.

Sóstenes não quer redução de penas

O debate em torno do projeto que ficou conhecido como “PL da Anistia”, foi rebatizado como “PL da Dosimetria” pelo relator, deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Ele deve alterar o texto para focar na redução de penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Mas o Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, já prepara um discurso de enfrentamento.

“A direita nunca votou a favor de nenhum projeto de redução de pena. Não faz parte da nossa história, do nosso conceito ideológico. Isso é coisa da esquerda. Seria muito oportunismo começarmos agora”, afirmou Sóstenes. O parlamentar admite que pode concordar com revisões nas penas, mas não da forma proposta por Paulinho da Força.

Segundo Cavalcante, a iniciativa deveria partir do Supremo Tribunal Federal (STF). “Se o Supremo quiser reconhecer que errou e deu penas muito duras, ele que o faça. Dosimetria não cabe ao Legislativo”, disse. O bolsonarista ainda ponderou que uma eventual redução das penas por lei criaria novos problemas.

“Quase todos os condenados pelo 8 de janeiro já cumpriram pena para progressão de regime. Se tiverem redução agora, terão que ser indenizados ou reparados pelo Estado de alguma forma. Só tem um instrumento que resolve para todos: anistia para quem cumpriu pena injustamente”, emendou.

 

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.