VÍDEO – Pastor bolsonarista empurra líder do PT durante motim na Câmara

Atualizado em 7 de agosto de 2025 às 14:29
Momento em que Pastor Eurico empurra Lindbergh na Câmara. Foto: reprodução

Durante o motim bolsonarista no Congresso, na última quarta-feira (6), o deputado Pastor Eurico (PL-PE) foi flagrado empurrando o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido do presidente Lula na Câmara. A agressão ocorreu durante a ocupação da Mesa Diretora por parlamentares da oposição.

O empurrão de Pastor Eurico aconteceu no momento em que bolsonaristas se recusavam a encerrar o bloqueio da mesa e protestavam contra a condução dos trabalhos legislativos. Além da agressão, o bolsonarista ofende o parlamentar carioca chamando-o de “palhaço”, “idiota” e “bandido”.

Lindbergh não se manifestou sobre o ocorrido, já o deputado Vicentinho (PT-SP) prestou solidariedade ao colega de partido, afirmando que ele foi vítima de uma ação covarde. “Enquanto lutamos por direitos e democracia, a extrema direita responde com ódio e agressões”, escreveu o petista no X.

A cena foi apenas um dos episódios da crise desencadeada pela tentativa da oposição de forçar a votação de projetos de seu interesse, como a anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Liderados por deputados do PL, com apoio de PP e União Brasil, os parlamentares bolsonaristas ocuparam a Mesa Diretora da Câmara e do Senado por mais de 47 horas.

A situação começou a se normalizar na noite de quarta, quando o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), retomou os trabalhos da Casa e aprovou, de forma simbólica, o projeto que isenta do Imposto de Renda quem recebe até dois salários mínimos. Sem fazer menção direta ao protesto, Alcolumbre disse que não aceitaria intimidações e prometeu “ser duro” com ações que tentem inviabilizar a atividade legislativa.

O movimento de desocupação foi confirmado na quinta-feira (7). Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, anunciou o fim do motim, classificando o gesto como uma abertura ao diálogo. “Estamos nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente”, afirmou. Marinho também informou que 41 senadores assinaram um ofício pedindo celeridade na análise do pedido de afastamento de Alexandre de Moraes.

Na Câmara, a ocupação perdeu força após a tentativa frustrada do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de controlar a crise. Sua condução foi criticada por aliados do Planalto, que o classificaram como “fraco” diante da pressão bolsonarista.

Diferentemente de Alcolumbre, Motta não conseguiu retomar a normalidade dos trabalhos com a mesma rapidez, o que ampliou a avaliação negativa de sua liderança no episódio.

Apesar da ofensiva da oposição, o governo voltou a se articular no Congresso. Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, afirmou que o objetivo agora é destravar indicações para agências reguladoras, muitas das quais estão paradas há meses. Segundo ele, há pelo menos 17 nomes pendentes na Comissão de Infraestrutura.