O pastor evangélico Joel Webbon, de Austin, Texas (EUA), viralizou após declarações racistas feitas no podcast “Right Response Ministries”. O religioso afirmou que pais brancos deveriam alertar seus filhos sobre o suposto “perigo” representado por negros, classificando-o como “30 vezes maior” em relação a brancos desconhecidos.
Durante o programa, Webbon citou uma postagem no X que alegava que “uma pessoa branca tem 31 vezes mais chance de ser vítima de uma pessoa negra do que o contrário”. A declaração foi feita sem apresentar fontes ou comprovação.
Dados do FBI desmentem as afirmações do pastor. Segundo registros de 2019, foram 566 assassinatos de negros contra brancos, contra 246 de brancos contra negros. O censo de 2020 mostrou 204,3 milhões de brancos e 41,1 milhões de negros nos Estados Unidos, números que não sustentam a comparação feita por Webbon, conforme destacou o site “Mediaite”.
Christian nationalist pastor Joel Webbon says white Christian parents need to have "the talk" with their children about avoiding black people: "It is actually a failure of your parental duty … if you lie to them and you say all people and all races of people in our country are… pic.twitter.com/GwUksCJ0aE
— Right Wing Watch (@RightWingWatch) September 9, 2025
As falas geraram reações críticas nas redes sociais. Um internauta escreveu que “Deus criou os negros assim como criou você” e que todos serão julgados pelo caráter, não pela cor da pele. Outro sugeriu que crianças deveriam conviver em espaços diversos, como academias de esportes, para aprender a respeitar diferenças.
Nas críticas mais duras, usuários disseram que o verdadeiro perigo está em pastores que disseminam preconceitos. “Joel Webbon se preocupava em alertar sobre negros quando deveria falar sobre líderes religiosos abusivos”, escreveu um comentarista.
Após a repercussão, o pastor publicou nova mensagem no X reafirmando suas declarações: “Pais brancos precisam TER A CONVERSA com seus filhos. Sim, eu disse isso e mantenho cada palavra. Não me desculpo por nada.” A polêmica ocorreu semanas após o assassinato da refugiada ucraniana Iryna Zarutska, crime usado por Webbon como exemplo em sua argumentação.