
O jornalista Paulo Figueiredo, neto do último presidente da ditadura militar João Figueiredo, anunciou planos de viajar à Europa com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para buscar novas sanções internacionais contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em vídeo em seu canal no YouTube, o neto de ditador afirmou que a dupla passará “bastante tempo no segundo semestre” no continente europeu coletando documentos para embasar um pedido de impeachment.
“Tudo indica que o ministro Alexandre de Moraes será efetivamente sancionado como violador internacional de direitos humanos pelos Estados Unidos, algo que talvez não se encerre nos Estados Unidos”, declarou Figueiredo.
“Essa coleção de documentos que demonstram de fontes externas e, de certa forma inequívocas, que o ministro abusou da sua autoridade e cometeu crime de responsabilidade, devem ser base de um novo pedido de impeachment robusto”.
Paulo Figueiredo sinaliza que após sanções contra Moraes nos EUA, será iniciado um trabalho similar na Europa junto com o Eduardo Bolsonaro. pic.twitter.com/BAhc3PofmE
— Vinicius Carrion (@viniciuscfp82) July 29, 2025
A iniciativa ocorre paralelamente aos esforços de parlamentares bolsonaristas nos EUA para pressionar o governo Trump a manter as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como forma de interferir nos processos judiciais contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados. O ex-presidente e diversos colaboradores são réus por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.
Enquanto isso, uma comitiva de oito senadores brasileiros tenta negociar em Washington a reversão das tarifas, que entram em vigor nesta sexta-feira (1º). O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), admitiu poucas chances de sucesso: “Eu acho que não [pode reverter o deadline de 1º de agosto]. O que a gente está fazendo é a diplomacia parlamentar.”
Eduardo Bolsonaro tem trabalhado ativamente para sabotar os esforços da missão oficial. “Eu trabalho para que eles não encontrem diálogo”, afirmou o deputado em entrevista ao SBT após participar de evento conservador em Miami. “Com certeza não e eu trabalho para que eles não encontrem diálogo porque eu sei que vindo deste tipo de pessoa só haverá acordos daquele tipo meio termo.”
A estratégia do grupo bolsonarista enfrenta obstáculos jurídicos, já que os processos contra Jair Bolsonaro tramitam no STF e TSE com base em investigações da PF, sem possibilidade de interferência do Executivo. Apesar disso, Trump mantém a retórica de “caça às bruxas” e condiciona negociações comerciais ao arquivamento das ações.