
Após ser dada como morta durante a chacina nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, a influenciadora Maria Eduarda, conhecida como “Penélope”, reapareceu nas redes sociais para desmentir os boatos. O caso ganhou grande repercussão após uma imagem circular em grupos de policiais e perfis na internet afirmando que o corpo de uma mulher com um tiro no rosto seria dela.
“Oi, meu nome é Maria Eduarda. (…) Boatos que eu tinha morrido. Então, eu ‘tô’ viva. Isso tudo foi o que a internet criou”, declarou em um vídeo publicado em suas redes. Ela também negou o apelido de “Japinha do CV”, associado a uma suposta integrante do Comando Vermelho. “Essa tal de Japinha que estão falando aí… não sou eu. Essa menina não existe. Japinha não existe”, afirmou.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que o corpo exibido na foto não era de Maria Eduarda, mas de Ricardo Aquino dos Santos, de 22 anos, natural da Bahia, com dois mandados de prisão em aberto.
Segundo a corporação, ele era ligado ao tráfico de drogas e foi morto durante a operação. A ação, batizada de “Contenção”, deixou ao menos 121 mortos e foi uma das mais letais da história do estado.
🚨AGORA: Maria Eduarda, conhecida como Penélope Charmosa ou Japinha da CV, se pronunciou após ter sido apontada como morta durante a megaoperação realizada no Rio de Janeiro, nos complexos da Penha e do Alemão. pic.twitter.com/qNAGVfGo09
— CHOQUEI (@choquei) November 12, 2025
A confusão de identidades começou após fotos e vídeos de uma jovem empunhando armas e usando roupas camufladas viralizarem nas redes.
As imagens foram associadas a uma suposta criminosa conhecida como “Japinha do CV”, descrita como uma mulher de confiança da facção e responsável por proteger rotas de fuga e pontos de venda de drogas. Com o avanço das operações policiais, rumores sobre sua morte se espalharam rapidamente.
No entanto, segundo o portal BNews, a história pode ter sido fruto de um erro de identificação. A advogada Lais Albuquerque, que analisou o caso, afirmou em postagem no Instagram que “Penélope” e “Japinha do CV” são pessoas diferentes.
“Enquanto uns dizem que ‘Penélope da CV’ nunca foi do tráfico e só tirava fotos com armas, outros afirmam que ela foi confundida com a verdadeira Japinha do CV e que a mídia misturou tudo”, escreveu.
De acordo com Lais, Maria Eduarda teria posado com armas de amigos ligados ao crime, mas não seria integrante de nenhuma organização criminosa. Após a repercussão, a influenciadora arquivou suas postagens antigas e manteve apenas fotos neutras em seu perfil. “Tenho minha vida, minha história. Tem coisas da minha vida que eu prefiro deixar no passado, e que eu não levo mais pra minha vida hoje em dia”, disse Maria Eduarda, em vídeo.
A advogada ainda apresentou uma foto de outra mulher, que seria a verdadeira “Japinha do CV”, embora o paradeiro dela siga desconhecido. Há rumores, sem confirmação, de que a suposta criminosa teria deixado o tráfico e formado uma família.
O site Aos Fatos, especializado em checagem de informações, também investigou o caso e confirmou a tese de confusão de identidade. A publicação reforça que a narrativa da morte da “Japinha do CV” foi baseada em informações falsas amplificadas por redes sociais e blogs.
A teoria ganhou força depois que um vídeo gravado na Serra da Misericórdia, região de mata que separa os complexos do Alemão e da Penha, mostrou uma mulher armada fugindo com um grupo de homens. O registro foi associado à “Japinha” e usado como “prova” de que ela estava viva, apesar da ausência de confirmação oficial.