Notificado e sob risco de perder o mandato por faltas excessivas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atacou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em vídeo divulgado nas redes sociais na quarta-feira (10).
O parlamentar, que vive nos Estados Unidos desde fevereiro, afirmou que Motta “escolheu a desonra” e o acusou de ceder a supostas pressões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem (PL-RJ) foram oficialmente notificados nesta quarta-feira sobre processos que podem levar à cassação de seus mandatos por terem faltado a mais de um terço das sessões deliberativas da Câmara. Ambos terão dez dias para apresentar defesa.
No vídeo, o “Bananinha” argumenta que só corre risco de perder o mandato porque Motta não reconheceria o que ele chama de perseguição política.
“Eu só tenho o número suficiente de faltas para a cassação do meu mandato porque o senhor, Hugo Motta, não reconhece o estado de perseguição que eu sofro. Porque você prefere cerrar fileiras com Alexandre de Moraes, cedendo às ameaças dele”, afirmou. “Você vai pagar o preço Moraes”, completou.
“Quando você for às ruas, vai ter gente te cobrando. Não porque eu mandei ou gente da militância partidária ou qualquer coisa do tipo bolsonarista, mas porque as pessoas se revoltam com injustiça. É lamentável que eu venha a perder o mandato que foi me conferido por mais de 700 mil pessoas. O mandato não cai do céu.”
Hugo Motta virou boneca de Moraes, escolheu a desonra! pic.twitter.com/y3a2DNn0C6
— Sued Emerick 🇧🇷🇮🇱🇺🇲 (@SuedEmerick22) December 11, 2025
Motta confirmou publicamente que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já alcançou o número de faltas necessárias para desencadear o processo de cassação e afirmou: “É impossível o exercício do mandato parlamentar fora do território nacional.”
Eduardo Bolsonaro deixou o Brasil alegando perseguição do STF e passou a atuar nos Estados Unidos pela adoção de sanções contra autoridades brasileiras e pela anistia do pai, condenado pelos atos antidemocráticos. Motta vinha sendo cobrado por parlamentares de esquerda para dar seguimento às cassações.
Já o processo de cassação de Ramagem — também nos EUA e condenado pelo STF no caso da trama golpista — será apreciado diretamente pelo plenário na semana que vem. Moraes determinou a prisão do parlamentar após ele deixar o país.