
Policiais militares agrediram manifestantes que protestavam contra a privatização da Sabesp (Companhia do Saneamento Básico do Estado de São Paulo) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no início da noite desta quarta-feira (6). A Casa Legislativa votava o projeto de desestatização da empresa e os agentes da corporação valeram-se de cassetetes e spray de pimenta para reprimir o ato.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que o confronto começou. Um grupo que estava próximo do vidro que separa a audiência dos deputados discutiu com os policiais, que faziam a segurança da Alesp, e foram agredidos.
Spray de pimenta e ação truculenta da PM é o que se vê agora no Plenário da Alesp. Mais um show de autoritarismo na “Casa do Povo” durante votação da privatização da Sabesp. Lamentável! pic.twitter.com/12AbbEdttU
— Marina Helou (@marina_helou) December 6, 2023
🚨AGORA: Polícia Militar agride manifestantes contra a privatização da Sabesp na Alesp.
A PM do governador Tarcísio de Freitas jogou gás lacrimogêneo e spray de pimenta no público.
pic.twitter.com/1X0QaQQxIQ— CHOQUEI (@choquei) December 6, 2023
A confusão fez com que o presidente da casa, André do Prado (PL), suspendesse a sessão e esvaziasse a sua galeria. Alguns deputados saíram do plenário chorando pelo efeito do spray de pimenta, que também atingiu jornalistas no setor reservado para a imprensa.
Vídeo feito nos corredores da Alesp mostra que alguns manifestantes passaram mal com a repressão da PM. Uma pessoa foi retirada do auditório algemada: Vivian Mendes, líder da Unidade Popular, que foi candidata ao Senado Federal por São Paulo nas últimas eleições.
🚨Manifestantes contra a privatização da Sabesp PASSAM MAL nos corredores da Alesp após repressão da PM de Tarcísio.
NÃO IRÃO NOS INTIMIDAR, seguiremos na luta contra a privatização! pic.twitter.com/cXxqfMDav9
— Luna (@lunazarattini) December 6, 2023
Entre os manifestantes, há membros do partido UP e outros grupos de esquerda, além de funcionários da Sabesp e membros dos sindicatos Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) e o Sintaema (Sindicato dos trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo).
A sessão foi interrompida às 18h29 e às 19h foi feita uma varredura no local, com um pedido para que todos que estivessem lá saíssem. Os trabalhos iniciaram às 17h30 e a previsão é que a votação se inicie de fato às 20h, momento em que os deputados estaduais discutem e votam a medida.
O plenário foi esvaziado e a porta, trancada. As galerias serão reabertas quando a sessão for retomada.
A proposta que será votada no plenário da Alesp reduz a participação do governo de São Paulo na Sabesp. Atualmente, a participação é de 50,3% e o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não precisou qual será a parcela mantida, dizendo que sua gestão ficará com “algo entre 15% e 30%”.