Um policial militar atirou contra um homem que avançava em sua direção, segurando uma marreta, em São Paulo no último domingo (13). A ocorrência, na região de Cidade Ademar, zona sul de São Paulo, foi filmada por sua câmera corporal e resultou na morte do homem, identificado como Maciel, que estava em surto psicótico, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).
Nas imagens, o PM é visto pedindo repetidamente para que o homem se distancie dele: “Afasta”, ordena o policial, enquanto o suspeito continua avançando em sua direção. O agente então dispara duas vezes no peito de Maciel. Ele foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
A SSP declarou em nota que o homem resistiu à abordagem policial e “partiu para cima de um dos agentes na posse de uma marreta”. O comunicado ressaltou que “houve intervenção e o homem foi atingido”.
A marreta foi apreendida e a perícia acionada para dar continuidade às investigações, que incluem a análise das imagens para esclarecer todos os fatos.
Após o incidente, o policial justificou sua ação aos moradores que testemunharam a cena. “A gente não sai de casa para sofrer agressão. Dá uma martelada na nossa cabeça aí, a gente pode morrer. A gente não queria fazer isso, vocês viram, a gente não quer fazer. É a última escolha”, disse o agente. Uma mulher que presenciou o episódio respondeu em apoio: “Tá certo”. O PM acrescentou: “Não tinha escolha”.
O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e resistência. A investigação sobre a morte de Maciel está sob responsabilidade do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e a conduta do policial envolvido será apurada por meio de um inquérito policial militar.
O ouvidor da Polícia de São Paulo, Cláudio Aparecido Silva, criticou o uso de força letal na abordagem. “A imagem é uma triste, mas enfática confirmação de uma doutrina de segurança pública que trabalha com a orientação da letalidade. Se fosse adotado um procedimento não-letal neste caso, como, por exemplo, o uso de tonfa [cassetete] ou mesmo taser, o resultado seria claramente outro”, declarou Silva.
Segundo ele, embora seja fundamental garantir a segurança dos agentes, é igualmente importante evitar que vidas sejam perdidas em situações que poderiam ser resolvidas de maneira menos violenta.
O nome completo de Maciel não foi divulgado pela polícia, e até o momento, não foi possível contatar seus familiares.
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