
Em mais um caso de violência policial, o motorista Reginaldo da Silva ficou desacordado por mais de uma hora após receber um mata-leão de policiais militares em Londrina (PR) na última sexta-feira (4). Segundo a vítima, a abordagem começou quando um dos agentes desconfiou do seu “olhar” durante um chamado para verificar uma denúncia de som alto em um bar.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a ação violenta dos agentes, que, segundo Reginaldo, ameaçaram enquadrá-lo por “desacato e reação à prisão”, apesar de as imagens comprovarem que ele não reagiu em nenhum momento.
Durante a gravação, é possível ouvir a esposa de Reginaldo, que filmava a abordagem, pedindo para que o motorista não reagisse, alertando-o do risco imposto pelos policiais: “Você sabe que eles são folgados, já mataram dois filhos nossos. Eles gostam de matar inocente”, disse a mulher.
O alerta dela é interrompido por um agente que ameaça levá-la para a delegacia, até que os PMs aplicam o golpe de enforcamento na vítima. “Meu marido é trabalhador, tem dois empregos”, diz a mulher, implorando para que os policiais o soltem. “Não precisa disso, vocês são folgados. Vocês matam gente inocente”.
? DENÚNCIA: No dia 4 de abril, durante uma abordagem por som alto no Jardim São Jorge, policiais agrediram Reginaldo da Silva, que estava em um comércio próximo à sua casa. Sem qualquer provocação, os agentes acusaram-no de “olhar com maldade”… pic.twitter.com/c4K7IyuSrW
— Renato Freitas (@Renatoafjr) April 10, 2025
Em entrevista ao Portal Verdade, Reginaldo explicou como começou a abordagem: “Um dos policiais me perguntou se tinha algum problema, ‘porque você está com a cara feia?’ Respondi para ele que não, para continuar fazendo o serviço dele, mas ele se aproximou, pediu para eu pôr a mão na cabeça, me levou pra dentro do estabelecimento e me aplicou um mata-leão, deixando desacordado no chão por mais de uma hora”.
Testemunhas afirmaram que os policiais tentaram levar o homem para a viatura mesmo estando inconsciente. “De tanto a população pedir, chamaram SAMU e me levaram para a UPA do Jardim do Sol”, contou a vítima.
Questionado sobre a frequência de abordagens violentas no bairro Jardim São Jorge, onde mora há 23 anos, Reginaldo afirmou que esta foi sua primeira experiência direta, mas que já presenciou outros casos de abuso. “Já presenciei várias vezes, mas não tem como registrar porque eles ameaçam quebrar o celular”, denunciou.
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