Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um policial militar pisando na cabeça de um motorista de aplicativo durante uma abordagem no bairro Campo Grande, Zona Sul de São Paulo, na noite do último domingo (8). O homem, de 25 anos, foi preso em flagrante por embriaguez ao volante, resistência à prisão e injúria racial.
Segundo o boletim de ocorrência, o incidente começou na Avenida Engenheiro Alberto de Zagottis, quando o motorista avançou o semáforo vermelho e ultrapassou uma viatura da Polícia Militar. Após desobedecer à ordem de parada, ele foi perseguido até a Rua Jurumirim, onde a abordagem ocorreu.
Nas imagens gravadas por uma testemunha, o motorista é imobilizado no chão por um policial enquanto outro pisa em sua cabeça. Duas mulheres que presenciaram a cena tentaram intervir, acusando os agentes de abuso de autoridade. Uma delas gritou: “Ele mora aqui”, enquanto outra implorava: “Moço, isso é abuso de autoridade”.
Um vídeo mostra um PM pisando na cabeça de um motorista de aplicativo durante abordagem em São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, o motorista estava embriagado, ultrapassou uma viatura e avançou o sinal vermelho.
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— GloboNews (@GloboNews) December 9, 2024
Um dos policiais chegou a apontar a arma para uma das mulheres, exigindo que ambas se afastassem.
Os policiais envolvidos alegaram que o motorista resistiu à prisão, tendo dado um tapa na mão de um deles e mordido a axila esquerda de outro. Eles afirmaram ainda que foi necessário o uso de “golpes contundentes” para conter o homem e colocá-lo sob custódia.
Já o boletim de ocorrência registra que, após ser detido, o motorista ofendeu um dos policiais com insultos racistas, chamando-o de “macaco”.
O homem foi submetido ao teste do bafômetro, que apontou 0,55 mg/l de álcool no sangue — índice acima do limite permitido por lei.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Militar abriu um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso e destacou que “não compactua com desvios de conduta de seus agentes”. As imagens do vídeo serão analisadas para esclarecer as circunstâncias do ocorrido.
Nos últimos 30 dias, a PM paulista afastou 45 policiais e prendeu dois por casos de abuso de autoridade e letalidade policial flagrados por câmeras de segurança ou celulares.
A repercussão dos casos reacendeu o debate sobre o uso de câmeras corporais nos uniformes dos policiais. Apesar de ter criticado o equipamento durante sua campanha eleitoral, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) admitiu recentemente que mudou de opinião.
Ele afirmou estar “completamente convencido” da eficácia das câmeras como ferramenta de proteção tanto para a sociedade quanto para os agentes. Tarcísio garantiu que o programa de câmeras será mantido e ampliado, mas descartou mudanças no comando da Secretaria de Segurança Pública, apesar da crise enfrentada pela corporação.
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