
Nesta quinta-feira (25), dezenas de pessoas percorrem as ruas da cidade de São Paulo em protesto pela morte de Talla Mbaye, um senegalês de 38 anos que morreu após supostamente cair do 6° andar do prédio em que morava na região central de São Paulo na última terça-feira (23).
Enquanto PMs afirmam que ele se suicidou, colegas do imigrante relataram que ele foi torturado e jogado do prédio por policiais. Vizinhos também contaram que ouviram dos policiais termos como “o lixo caiu” e “o lixo foi jogado”, por volta das 19h da terça-feira.
“O policial torturou ele até a morte, jogou ele da janela e relatou que o jovem cometeu suicídio”, escreveu nas redes sociais o artista Kara Modou. “O policial já queria matar um africano, ele mesmo disse ‘sorte que têm câmeras nas ruas, senão vamos matar todos vocês'”, relatou por meio do Instagram.
Segundo a Polícia Militar, os agentes foram ao local investigar um suposto comércio de celulares roubados, mas Mbaye teria resistido à abordagem.
Nesse momento, está acontecendo um protesto por Justiça para Talla Mbaye pic.twitter.com/LjbQVngkpr
— Africanize (@africanize_) April 25, 2024
Em vídeos que circulam pelas redes sociais, é possível ver moradores da região central, brasileiros e senegaleses, protestando contra os PMs que usam truculência para afastar os manifestantes. Entre roupas típicas da cultura africana e camisetas com o rosto da vítima, os manifestantes pedem “justiça por Talla”.
“Infelizmente os policiais no Brasil são muito corruptos e sem preparo físico e emocional para ter armas”, afirmou um africano no Instagram ao compartilhar o vídeo de tiros disparados por agentes.
Morador do Brasil há sete anos, Mbaye era pai de duas crianças. A ação da PM foi registrada no 2° Distrito Polícia do Bom Retiro como “receptação, desobediência e morte acidental”.
