A fazenda Vilanova, localizada a cerca de 90 quilômetros de Porto Alegre, foi palco de uma controvérsia envolvendo o vereador Leo Mota (PDT). Durante uma sessão da Câmara realizada em 9 de outubro, Mota fez um discurso que provocou indignação ao sugerir a violência contra cachorros nas ruas do município. Ele afirmou que apoiaria um vizinho que matasse um de seus quatro cães se estivessem causando incômodos.
Mota enfatizou a importância de manter os cães em casa, presos no pátio ou amarrados, e declarou: “Se sair do pátio e incomodar o vizinho, pode matar, e eu parabenizo quem matou. Tem que ser na casa.”
Em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (1º), o vereador citou uma “discordância política” com uma suplente de vereadora de Teutônia, cidade vizinha, que é defensora dos direitos dos animais e ajudou a disseminar o vídeo com o comentário polêmico.
Mota justificou sua fala afirmando que, por falta de estudo e por ser um “cara da roça,” suas palavras foram mal interpretadas. Ele assegurou que sua intenção não era incitar a violência, mas sim chamar a atenção para a necessidade de responsabilidade por parte dos tutores de animais de estimação.
O vereador explicou que sua declaração foi uma resposta a um incidente no qual um morador de Fazenda Vilanova sofreu um acidente de trânsito e teve uma perna quebrada após ter a passagem obstruída por um cachorro. Além disso, Mota alegou que produtores rurais têm enfrentado prejuízos causados por cães que invadem suas propriedades.
Vereador gaúcho Léo Mota do PDT, de Fazenda Vila Nova, cidade que fica a 90 km de Porto Alegre, diz que tem mesmo é que matar cachorro de rua.
Merece ficar famoso? pic.twitter.com/FrfZM9Gt7s
— 🔥 O Fantasma do Comunismo 🚩 (@XandeObsessor) November 1, 2023
Na terça-feira (31), o vereador esclareceu em uma rede social que sua intenção não era defender a morte de cachorros, mas sim promover uma maior responsabilidade por parte dos tutores em relação aos seus pets. Ele afirmou: “Em momento algum eu falei que tem que matar. Quando eu digo que tem que eliminar é tirar da rua.”
O caso ganhou grande visibilidade após o deputado federal licenciado delegado Bruno Lima compartilhar a declaração nas redes sociais e solicitar uma investigação das falas do vereador.
De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul, três denúncias anônimas sobre o caso foram recebidas e estão sob análise na Promotoria de Estrela.
A presidência da Câmara de Vereadores emitiu uma nota afirmando que respeita o direito de expressão dos parlamentares, mas não apoia ideias ou ações que violem direitos constitucionais, especialmente maus-tratos e violência contra animais. A Casa declarou que repudia qualquer forma de crueldade contra animais.
Leo Mota está em seu quarto mandato no Legislativo e foi reeleito em 2020 com 163 votos.