A Brigada Militar do Rio Grande do Sul, do governo de Eduardo Leite (PSDB), tirou de circulação um caminhão que prestava serviço ao projeto “Cozinha Solidária”, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), nesta segunda-feira (20). A cena foi flagrada por moradores de Porto Alegre e, segundo o MTST, o veículo transportava cerca de 3,8 mil marmitas por dia.
Segundo integrantes do movimento, o automóvel foi apreendido por estar com o licenciamento vencido. “Prenderam até o caminhão da cozinha solidária, com mais de 100 marmitas que iam para o pessoal que perdeu tudo nas enchentes”, disse um homem que gravou o momento. Confira:
Esse outro vídeo mostra que as marmitas foram retiradas. MTST alega que não consegue pagar licenciamento porque o site do @detranrsoficial está fora do ar. Foi feito por morador pic.twitter.com/GWCvpe6mXZ
— Vítor Rosa (@vitoralvesrosa) May 20, 2024
De acordo com o MTST, o documento está atrasado em um mês porque o sistema do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) está fora do ar.
Durante a tragédia que já deixou mais de 150 mortos no Rio Grande do Sul, o movimento conseguiu aumentar em 10 vezes a capacidade de produção e distribuição de alimentos para desabrigados, chegando a fornecer até 4 mil refeições por dia nas últimas semanas.
O jornalista Vitor Rosa, da RBS TV, afirmou que a apreensão aconteceu próximo ao Condomínio Princesa Isabel, que com a vigilância reforçada. O local é conhecido por abrigar famílias pobres e conviver com a violência policial na capital gaúcha.
Brigada Militar acaba de guinchar o caminhão do MTST que levava marmitas para afetados pela enchente por estar com licenciamento vencido. Veículo transportava mais de 3 mil marmitas por dia. Abordagem foi próxima ao condomínio Princesa Isabel, onde há reforço na segurança pic.twitter.com/AtpNTROkAl
— Vítor Rosa (@vitoralvesrosa) May 20, 2024
No início de maio, políticos e influenciadores bolsonaristas divulgaram algumas fake news semelhantes. Na ocasião, eles mentiam ao dizer que a Polícia Rodoviária Federal impedia caminhões que transportavam doações de chegarem ao estado.
Segundo o boato espalhado por Pablo Marçal para atacar o governo Lula (PT), os agentes exigiam que os motoristas apresentassem notas fiscais dos produtos transportados.