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VÍDEO – Primeira ministra negra do TSE: “O povo senta-se comigo nessa cadeira”

Edilene Lobo é ministra substituta do TSE — Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

A posse da primeira mulher negra como ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lôbo, marcou um momento histórico na Justiça brasileira. Em seu discurso, a ministra ressaltou a relevância de combater as desigualdades de gênero e raça, destacando a necessidade de maior representatividade e igualdade de oportunidades para mulheres negras no Brasil, além de sentir, ao mesmo tempo, “orgulho e responsabilidade” no cargo.

“Esse lugar não é só meu, não é só de uma pessoa. Este lugar e esta missão são a um só tempo resultado e ponto de partida de lutas históricas de grupos minorizados para vencer a herança estrutural de desigualdade de oportunidades que precisa ser superada em nossa nação”, disse em seu discurso. “O povo pobre, que resiste há séculos e luta pelo resgate de sua história, esperançando, senta-se comigo nessa cadeira”.

A ministra Lôbo também destacou as estatísticas alarmantes que revelam a desigualdade de gênero e raça no Brasil. “Nós, negras, somos apenas 5% da magistratura nacional, havendo apenas uma senadora autodeclarada negra, portanto menos de 1% do Senado; 30 deputadas, o que corresponde a cerca de 6% da Câmara Federal. Mulheres negras ocupam 3% dos cargos de liderança no mundo corporativo, mas são 65% das empregadas domésticas”, comparou.

A ministra-substituta do TSE fez um apelo ao Judiciário, instando-o a adotar um “olhar sensibilizado” para questões de gênero e raça. Ela acredita que o Brasil tem todas as condições para avançar na mudança da realidade de sub-representação feminina em cargos eletivos.

A posse de Edilene Lôbo acontece em um momento importante, próximo à aposentadoria da ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF) e com o fim do mandato de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Grupos progressistas têm mobilizado esforços para que o presidente Lula indique uma mulher negra para assumir ao menos um dos cargos. No entanto, o presidente afirmou que “raça e gênero” não serão critérios para sua escolha.

“O critério não será mais esse [gênero]. Eu estou muito tranquilo, por isso que eu tô dizendo que eu vou escolher uma pessoa que possa atender aos interesses e expectativas do Brasil”, disse em entrevista na segunda-feira (25). O mandatário afirmou que as escolhas serão feitas “sem pressa”, pois ele fará a opção pelo nome certo.

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Augusto de Sousa

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