VÍDEO – “Querem rasgar a Constituição”, diz Lindbergh sobre deputados que apoiam anistia

Atualizado em 15 de abril de 2025 às 16:23
Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara. Foto: reprodução

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, criticou os parlamentares da base governista que assinaram a urgência para votação do projeto de lei que concede anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Em entrevista ao “Estúdio i”, da GloboNews, Farias afirmou que os deputados que apoiam a proposta estão “se associando a um projeto criminoso de rasgar a Constituição”.

“Não é o governo que está retaliando, é o deputado que está fazendo opção de romper com o governo. Não é razoável o governo aceitar alguém que queira anistiar quem tentou matar o Lula”, declarou Lindbergh, acusando os parlamentares de “oportunismo”.

O projeto de anistia, defendido principalmente pela oposição bolsonarista, já conta com 264 assinaturas na Câmara, número suficiente para ser protocolado com urgência. Desse total, 146 são de deputados de partidos que compõem a base aliada do governo Lula, incluindo União Brasil (37 assinaturas), PSD (23), MDB (21), Republicanos (25) e PP (34).

Lindbergh destacou que o PT não é contra medidas como a prisão domiciliar para alguns envolvidos nos atos de 8 de janeiro, mas defende que as decisões sobre penas cabem exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal (STF), não ao Legislativo. “O que está em jogo é a anistia para os mandantes do golpe, e isso é inaceitável”, afirmou.

O líder petista minimizou o impacto prático do requerimento de urgência, argumentando que a simples coleta de assinaturas não garante a votação do projeto.

“Isso não muda rigorosamente nada. Eles estão dando como fato que conseguir as assinaturas significa que o projeto será pautado. Isso é falso”, disse.

Lindbergh citou que existem mais de 2.200 projetos com pedidos de urgência na Câmara e expressou confiança de que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não colocará a proposta em votação. “Estou convencido de que o Hugo Motta não vai colocar este projeto para votar. Tem muita gente que vai entrar com requerimento de retirada de assinatura”, afirmou.

A declaração ocorre após Motta se reunir com o ex-presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira (9), quando o líder do PL manifestou confiança de que o projeto seria discutido caso alcançasse as assinaturas necessárias.

O debate sobre a anistia reacendeu a discussão sobre a separação de Poderes, com o STF defendendo sua competência exclusiva para revisar penas dos condenados pelo 8 de janeiro.

O governo Lula, por meio de ministros como Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), tem reforçado que qualquer medida que beneficie os acusados de atos antidemocráticos é uma “afronta ao Judiciário”.

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