O prefeito de São Paulo (MDB) revoltou os moradores da capital paulista ao ser entrevistado pelo “Fantástico” para falar sobre as quedas de energia que deixaram milhares de moradores desabastecidos por até 5 dias após um vendaval. Na entrevista, publicada no último domingo (14), o bolsonarista culpou o engenheiro agrônomo da cidade pelas quedas de árvores.
“A prefeitura de São Paulo cuida das árvores?”, questionou a repórter da TV Globo, antes de receber a confirmação do prefeito. “Então por que essa não foi cuidada?”, voltou a indagar. Foi aí então que Nunes deu a resposta que irritou seus eleitores: “Essa árvore foi olhada, mas o engenheiro agrônomo não identificou o risco de queda”.
Na sequência, o prefeito deu outra explicação para tentar justificar os incidentes: “Mas precisamos ser sinceros também de que, com ventos de 90 km/h, a árvore pode estar sadia ou doente, é um evento adverso”.
No entanto, ele foi desmentido pela própria reportagem, que lembrou dos alertas emitidos dias antes do “evento adverso”, o que deu tempo da Prefeitura de São Paulo se preparar, o que não aconteceu.
“A prefeitura cuida das árvores?”
“Cuida.”
“Então pq não cuidou dessa?”
“O engenheiro agrônomo não viu risco de queda”Teve um apagão nas eleições de 2023 e ainda assim os paulistanos reelegeram Ricardo Nunes com imensa vantagem de votos.#Fantástico pic.twitter.com/zUWLi7UcB9
— Sérgio Santos (@ZAMENZA) December 15, 2025
Mortes e caos em SP
A ventania, provocada pelo extratropical, gerou ventos de até 98 km/h em São Paulo, a maior velocidade registrada no estado. Além disso, outros locais da capital também sofreram com rajadas fortes, como Congonhas, com ventos de 96,3 km/h, e Bertioga, com 91,1 km/h.
As quedas de energia afetaram mais de 2,2 milhões de consumidores, e a ventania causou cancelamentos de voos, desmoronamentos e o fechamento de parques.
Quedas de árvores também tumultuaram o trânsito, que atingiu 1.500 km de congestionamento na segunda-feira (9), o maior índice de 2024. Até quarta-feira (10), foram registrados mais de 1.300 chamados para quedas de árvores e danos provocados pelas chuvas.
O impacto não se limitou a São Paulo. Em Campos do Jordão, um homem morreu após o deslizamento de um imóvel, enquanto outras quatro pessoas ficaram feridas por quedas de galhos e árvores.
As chuvas e ventanias provocadas pelo ciclone extratropical que atingiram o estado de São Paulo nesta semana resultaram em pelo menos três mortes confirmadas. A primeira ocorreu na quarta-feira (10), em Campos do Jordão, devido a um deslizamento de talude.
No dia seguinte, uma mulher morreu na zona leste da capital paulista após um muro desabar durante as chuvas fortes no Jardim Sapopemba. A terceira vítima fatal foi registrada na sexta-feira (12), em Guarulhos, quando uma árvore caiu sobre um ponto de ônibus, matando uma mulher e ferindo outra.