
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa “discutir a relação” com os partidos do Centrão, que formalmente fazem parte da base aliada no Congresso Nacional.
A declaração vem após uma das maiores crises do governo, em que a maioria dos parlamentares de siglas como PP, União, MDB e PSD votou pela derrubada de um decreto de Lula sobre o Imposto de Operações Financeiras (IOF). O episódio gerou atritos significativos dentro da base aliada do governo.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Rui Costa reconheceu que a relação entre o governo e essas legendas precisa ser “repaginada”, principalmente após o que ele chamou de “traição” das siglas ao descumprirem acordos prévios relacionados à votação do IOF.
O ministro destacou que a confiança entre os aliados deve ser restaurada, afirmando que “o combinado deve ser cumprido”, e a relação precisa ser mantida “olho no olho”.
Mesmo com muitos votos contra em votações importantes, o governo de Lula ainda mantém muitos ministérios com membros do Centrão. Qual o motivo disso?
Rui Costa, ministro da Casa Civil, responde ao #RodaViva. pic.twitter.com/QvvGCLZo8A
— Roda Viva (@rodaviva) July 8, 2025
Costa também comentou sobre as especulações de que o Centrão poderia não apoiar a candidatura de Lula em 2026. Ele minimizou a questão, afirmando que as decisões políticas sobre apoios eleitorais ainda estão distantes. “Ainda é muito cedo para definir apoios.
O ano de 2026 será o ano das definições políticas, e, por enquanto, o foco deve estar nas entregas à população”, explicou o ministro. Ao discutir as eleições futuras, Rui Costa indicou que a disputa será novamente polarizada, com Lula enfrentando candidatos que representam variações do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O ministro citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como um possível adversário, criticando sua postura durante a pandemia, quando o então presidente Bolsonaro minimizou os cuidados contra a Covid-19. Costa também mencionou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como outro possível candidato alinhado a esse “modelo”.
"Acho que Lula vai enfrentar ano que vem 50 tons de Bolsonaro. São variações do bolsonarismo", diz o ministro Rui Costa ao falar de possíveis adversários do presidente, como Tarcísio de Freitas.#RodaViva pic.twitter.com/mh1v1vSUz4
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