
O presidente Lula (PT) afirmou na noite deste domingo (26), já manhã de segunda-feira (27) na Malásia, que pretende manter contato direto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para tratar das negociações comerciais entre os dois países.
“Toda vez que tiver uma dificuldade, eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu telefone, e eu tenho o dele”, declarou Lula.
O petista disse que, dependendo do andamento das negociações desta semana, deve ligar diretamente para o presidente americano. “Eu já falei com os meus negociadores. Ele [Donald Trump] foi para a Coreia, para o Japão, mas, a depender do resultado desta semana, eu já vou importuná-lo com um telefonema direto”, afirmou.
Lula contou que os dois trocaram telefones pessoais após a conversa por telefone no início do mês: “Ele também tem o meu telefone. Só que, como eu não uso celular, eu dou o do meu cerimonial, o [embaixador Fernando] Igreja. Então, ele liga para o Igreja a hora que quiser e nós conversamos”.
"Toda vez que tiver uma dificuldade, eu vou conversar pessoalmente com ele. Ele tem o meu telefone, e eu tenho o dele", diz Lula sobre Trump. O presidente falou com a imprensa nesta segunda (27), na Malásia. #ConexãoGloboNews
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— GloboNews (@GloboNews) October 27, 2025
Reunião e negociações comerciais
As declarações foram feitas após a reunião entre Lula e Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, a primeira desde que os Estados Unidos anunciaram uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O encontro durou cerca de uma hora e marcou o início formal das negociações para tentar reverter a medida.
Durante a coletiva de imprensa, Lula classificou a conversa como “surpreendentemente boa” e demonstrou otimismo com a retomada das relações bilaterais. “Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo”, afirmou.
O presidente brasileiro também disse reconhecer o direito dos Estados Unidos de aplicar tarifas para proteger sua indústria, mas criticou o aumento imposto ao Brasil.
“O que não pode é acontecer o que aconteceu com o Brasil, com base em informações equivocadas, tomar uma decisão de taxar o Brasil em 50%. Ele sabe disso porque eu tive a oportunidade de dizer. Agora não tem mais intermediário. Agora é o presidente Lula com o presidente Trump”, disse.
O encontro foi o primeiro diálogo presencial entre os líderes após contatos anteriores por telefone e uma breve conversa durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro. A reunião sinaliza um novo momento nas tratativas comerciais entre os dois países, com expectativa de avanços nas próximas semanas.