VÍDEO: Supremacistas brancos criam comunidade exclusiva no Arkansas

Atualizado em 14 de setembro de 2025 às 16:50
Grupo de extremistas de ideologia supremacista branca no estado do Arkansas, EUA. Foto: Reprodução

Supremacistas brancos estão tentando consolidar uma comunidade exclusiva para residentes brancos no estado do Arkansas, nos Estados Unidos, em uma área isolada das montanhas Ozark. O espaço, batizado de “Return to the Land” (Retorno à Terra), exibe suásticas no chão e proíbe a entrada de pessoas da comunidade LGBTQ+ e judeus, configurando um projeto marcado por segregação e intolerância.

A iniciativa é liderada por Eric Orwoll e Peter Csere, que impõem critérios rigorosos para aceitar novos moradores. O processo inclui entrevistas presenciais e até verificação de antecedentes, com o objetivo de manter a comunidade restrita a quem compartilha da mesma visão ideológica.

A proposta, entretanto, gerou repercussão negativa em todo o estado e acendeu discussões sobre legalidade e direitos civis. O procurador-geral do Arkansas, Tim Griffin, já se manifestou sobre o caso.

Em nota, declarou que “a discriminação racial não tem lugar em nenhuma sociedade livre”, sinalizando que as autoridades locais estão avaliando a possibilidade de responsabilizar os organizadores. Segundo especialistas em legislação, impedir a presença de minorias pode configurar crime de discriminação, passível de intervenção judicial.

O local despertou preocupação em cidades próximas, onde moradores relatam um sentimento de perplexidade e temor diante da criação de um espaço segregacionista. Muitos lembram que a região já foi marcada por episódios de segregação racial no passado e enxergam a comunidade como uma tentativa de ressuscitar práticas de exclusão que a sociedade tenta superar há décadas.

Reportagem da DW, assinada pela jornalista Ines Pohl e pelo cinegrafista Nils Hünerfürst, documentou a situação de dentro da comunidade. As imagens mostram o ambiente repleto de símbolos neonazistas e uma estrutura voltada à autossuficiência, como forma de sustentar os residentes que aceitarem viver sob as regras impostas pelos fundadores.

Segundo analistas, esse tipo de projeto representa não apenas um ato de segregação, mas também uma ameaça ao convívio democrático. O isolamento geográfico da comunidade é visto como uma estratégia para escapar da fiscalização, mas ainda assim não impede que órgãos oficiais investiguem possíveis ilegalidades.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.