VÍDEO – Tarifaço de Trump é rejeitado até na Jovem Pan: “Questão política e mal feita”

Atualizado em 10 de julho de 2025 às 9:45
Luiz Filipe d’Ávila em participação na Jovem Pan. Reprodução

A decisão de Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gerou reações até em setores da imprensa conservadora.

Na Jovem Pan, o ex-presidenciável Luiz Felipe d’Avila, candidato em 2022 pelo Novo, classificou a medida como “uma questão absolutamente política e mal feita”. Ele alertou para o risco de colapso na indústria americana do suco de laranja, que depende diretamente da produção brasileira.

Segundo d’Avila, a Flórida já não possui capacidade de produção suficiente e as indústrias locais seriam obrigadas a fechar. “Sem a laranja brasileira não tem como manter a indústria”, afirmou. Ele ainda previu o fechamento de fábricas e demissão de mais de 60 mil pessoas. “Além de tudo, quebra a indústria local. Isso tem um impacto tremendo”, completou.

As críticas também destacaram a generalização da tarifa. “Essa coisa populista de acordar, mandar carta e falar que vai dar 50% de tarifa para todos os setores… isso é um absurdo que prejudica demais o próprio Estados Unidos”, disse o comentarista.

O alerta foi reforçado com o exemplo da cadeia produtiva do agronegócio, afetada diretamente por esse tipo de medida.

D’Avila citou ainda o economista americano Larry Summers, ex-secretário do Tesouro dos EUA, que calculou que as tarifas de Trump devem gerar um prejuízo de US$ 300 mil por família de quatro pessoas. “Tarifa, gente, é imposto. É o maior aumento de carga tributária desde os anos 30 nos Estados Unidos”, afirmou.

A tarifa foi anunciada por meio de uma carta de Trump ao presidente Lula (PT), divulgada na Truth Social.

No texto, o chefe de Estado americano citou diretamente Jair Bolsonaro (PL), dizendo que o Brasil não pode ser tratado como parceiro por perseguir adversários políticos.

A referência explícita ao STF e ao processo contra o ex-presidente foi interpretada como uma interferência nas instituições brasileiras.

A medida causou reações em setores industriais, no agronegócio e também no campo político. Para o governo Lula, a tarifa representa um ato hostil e será respondida à luz da Lei de Reciprocidade Econômica.