Tudo o que Neymar não precisava nesse momento era de uma “carta” de Tiago Leifert o defendendo.
Leifert fez um vídeo piegas, ufanista e indulgente sobre o amigo, o “Menino Ney”, com uma abertura pseudo simpática (“Oi, Ney”) e uma premissa idiota (“Onde você tava com 26 anos?”).
Segundo Leifert, Neymar carrega “hoje o maior peso do esporte mundial”, qual seja, a camisa de seleção.
É muito pior que “os outros dois” — assim ele se refere a Cristiano Ronaldo e Messi.
Como se, nesse raciocínio absurdo, Messi não estivesse pressionado por uma seleção que teve Maradona na mesma posição, ganhando sozinho uma Copa, e Ronaldo não fizesse parte de um time que jamais venceu nada e que depende inteiramente dele.
Se não bastasse, a coisa vem envelopada na insuportável “November Rain”, do Guns N’ Roses.
Leifert conseguiu piorar a situação de Neymar, hoje visto pela ampla maioria da torcida como um atleta descontrolado — um dos mais bem pagos do mundo, lembremos — que não entrega o resultado em campo.
Não só no Brasil.
Eric Cantona, craque francês que se fez no Manchester United, publicou uma foto de Sócrates em 1982 com a legenda: “Chega de trapaça, chega de lágrimas de crocodilo, chega de narcisismo. Queremos amar o Brasil da forma que a gente fazia antes”.
Quem realmente constrange Neymar é gente como Leifert e Galvão Bueno, porta-vozes dos interesses que a Globo tem com a CBF e, por extensão, com o “Menino Ney”.
Nunca se tratou apenas de futebol.
É sobretudo, como diz Cantona, trapaça.
Em carta a Neymar, Tiago Leifert tenta entender o que se passa na cabeça do craque: “Neymar carrega hoje o maior peso do esporte mundial”#CentralDaCopa ➡ https://t.co/nZdTfJuDBo pic.twitter.com/7qpY4x6LAu
— globoesportecom (@globoesportecom) June 23, 2018
Torço por vc. Torço pelo Brasil ( em todos os aspectos) .❤??
Carta aberta de Tiago Leifert para Neymar
(Parte. 2) pic.twitter.com/geNx5GE50y— Sheilla (@SheillaCarla) June 23, 2018