
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda (30) que o governo continuará fazendo “justiça social” e que não se intimidará com críticas sobre medidas fiscais. A declaração foi dada durante o evento de lançamento do Plano Safra, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Durante o evento, Haddad falou sobre as políticas sociais do governo, como o reajuste da tabela do Imposto de Renda e do projeto para isentar o pagamento do tributo a quem recebe até R$ 5 mil. A cerimônia foi realizada após o Congresso Nacional decidir derrubar decreto do governo sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
“Vamos continuar fazendo justiça social, pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debate, mas temos que continuar fazendo justiça social e não podemos nos intimidar”, afirmou o ministro, rebatendo as acusações de que o governo estaria simplesmente aumentando impostos.
“Estão falando de aumento de imposto porque? Porque estamos fechando brechas? Fazendo o andar de cima pagar? Nós vamos continuar fechando todas as brechas, os jabutis, que no Brasil são órfãos de pai e mãe, aparecem em uma lei em geral para favorecer um grande empresário”, prosseguiu.
Ele ainda apontou que o governo vai continuar trabalhando neste sentido e que “isso não é aumento de imposto, é o mínimo de respeito com o trabalhador que paga as contas em dia”.
Haddad tem estudado medidas para buscar novas formas de arrecadação após a derrubada do IOF. Na lista de possíveis alternativas há a redução de supersalários, o corte em subsídios para o setor privado e uma reforma na previdência militar.
Veja trecho do discurso do ministro:
Pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debater, mas nós temos que fazer justiça no Brasil. pic.twitter.com/kPYspSShwD
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) June 30, 2025
O governo anunciou o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/2026, com o objetivo de apoiar pequenos produtores rurais. O plano foi visto como um aceno estratégico do governo ao agronegócio e recebeu apoio de integrantes de movimentos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, que esteve presente no evento.
O presidente Lula afirmou que o plano representa uma melhoria da qualidade de vida dos pequenos agricultores e reforçou o compromisso do governo com o desenvolvimento do setor. “É importante registrar que uma taxa de juros de 5% em um país com a inflação de 5% é taxa de juros zero”, disse o mandatário.
O petista anunciou um total de R$ 89 bilhões para políticas de crédito rural, compras públicas, seguro agrícola e assistência técnica. Deste total, R$ 78,2 bilhões serão destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), representando um aumento em relação ao ano anterior, quando o valor destinado foi de R$ 76 bilhões.
O governo também ampliou o limite para a compra de máquinas e equipamentos para a agricultura familiar, passando de R$ 50 mil para R$ 100 mil para equipamentos menores, e de R$ 250 mil para máquinas maiores. A taxa de juros para a compra desses equipamentos será de 2,5% para as máquinas menores, e 5% para as maiores, com o objetivo de facilitar o acesso ao crédito para os pequenos produtores rurais.