VÍDEO – Vereador bolsonarista acusado de homicídio ataca Moraes: “Leproso” e “cabeça de ovo”

Atualizado em 4 de agosto de 2025 às 7:43
O vereador Sargento Salazar (PL) durante ato bolsonarista em Manaus, no último domingo (3). Foto: Reprodução

O vereador Sargento Salazar (PL), investigado e formalmente acusado de homicídio qualificado pelo Ministério Público do Amazonas, chamou o ministro Alexandre de Moraes de “leproso” e “cabeça de ovo” durante uma manifestação bolsonarista no último domingo (3).

“Contem comigo, meus amigos, que vai daquele jeitão. E pau no cabeça de ovo, aquele leproso”, disparou o aliado de Jair Bolsonaro em cima de um trio elétrico.

O homicídio

O bolsonarista, que ficou conhecido por compartilhar vídeos da rotina policial nas redes sociais, enfrenta uma acusação de homicídio apresentada pelo Ministério Público do Amazonas. O caso remonta a junho de 2019, quando, de folga, ele perseguiu dois suspeitos de roubo em uma moto e atirou seis vezes contra um deles, resultando na morte de Felipe Kevin de Oliveira Costa, de 27 anos.

De acordo com a denúncia, Salazar estava em seu carro quando presenciou um roubo em um ponto de ônibus. Ele perseguiu os suspeitos, colidiu com a moto, derrubando-os, e atirou após descer do veículo. Um dos homens fugiu, enquanto o outro morreu no local.

Salazar não registrou a ocorrência e só assumiu a autoria do ato um ano e meio depois, quando imagens de câmeras de segurança o implicaram.

Em depoimento, o vereador afirmou que agiu em legítima defesa, alegando que os suspeitos atiraram contra ele durante a perseguição. No entanto, a investigação não encontrou indícios de troca de tiros e revelou que Felipe Kevin não era o assaltante armado. Nenhuma arma foi apreendida no local, e a vítima do roubo confirmou que o morto não era quem a assaltou.

Após ser eleito o vereador mais votado de Manaus no ano passado, Salazar foi denunciado pelo Ministério Público pelo homicídio de 2019. Ele respondeu às acusações afirmando ter sido inocentado em outros processos e ameaçou processar veículos de imprensa por supostas fake news.

Com um vasto histórico de polêmicas e contradições, ele também já foi citado em 24 investigações ou ações judiciais desde 2009, incluindo abuso de autoridade, crimes militares e outros três homicídios.