VÍDEO – “Vocês estão cometendo genocídio”: Thiago Ávila desafia militares israelenses antes de sequestro

Atualizado em 2 de outubro de 2025 às 13:42
O ativista brasileiro Thiago Ávila. Foto: reprodução

A Flotilha Global Sumud divulgou, nesta quinta-feira (2), a interação do ativista brasileiro Thiago Ávila com os militares israelenses minutos antes de ser sequestrado pelo exército sionista. Além de Ávila, pelo menos outros 9 brasileiros foram capturados, além da sueca Greta Thumberg em um total de 443 ativistas.

Ao se aproximarem do cerco em volta de Gaza, os israelenses enviaram uma mensagem ao barco liderado por Ávila: “Instruímos que deixe seu curso. Qualquer tentativa de navegar para Gaza [vai levá-lo] para dentro de uma zona de guerra ativa. Se você continuar, por sua conta e risco, e tentar romper o bloqueio naval, pararemos sua embarcação e agiremos para confiscá-la por meio de procedimentos jurídicos no tribunal”.

O brasileiro então respondeu com dureza: “Atenção, Forças Ofensivas de Israel. Este é Thiago Ávila, do comitê diretor da Flotilha Global Sumud. Avisamos que somos uma missão humanitária não violenta, de solidariedade, para romper o cerco ilegal imposto por Israel 18 anos atrás contra o povo palestino em Gaza e para criar um corredor humanitário”.

Na sequência, ele diz que leva nas embarcações apenas “filtros de água, muletas e fórmula [para alimentação] infantil para as pessoas que vocês estão matando de fome”.

“Repito, vocês estão cometendo genocídio e limpeza étnica há 80 anos contra o povo palestino. Isso é absolutamente contra o direito internacional […] Vocês não têm permissão para nos impedir. Por conseguinte, não seguiremos o seu pedido porque ele é uma tentativa de perpetuar o genocídio do povo palestino”, explicou Ávila.

Segundo a organização após a interação, os participantes foram atacados com canhões de água, pulverizados com líquido de esgoto e tiveram suas comunicações bloqueadas antes de serem levados ao navio militar MSC Johannesburg.

De acordo com os advogados da Adalah, que representam os voluntários perante as autoridades israelenses, as informações fornecidas até o momento são mínimas. Eles afirmam não saber se os detidos serão levados a Ashdod, onde podem ser processados sob detenção considerada ilegal.

“Este é um sequestro ilegal, em violação direta ao direito internacional e aos direitos humanos básicos. Interceptar embarcações humanitárias em águas internacionais é um crime de guerra; negar acesso a advogados e ocultar o paradeiro dos detidos agrava esse crime””, disse a Flotilha Global Sumud.

Entre os navios confirmados como ilegalmente interceptados estão: Free Willy (Polônia), Captain Nikos (Polônia), Florida (Polônia), All In (França), Mohammad Bhar (Holanda), Jeannot (Espanha), Morgana (Itália), Grande Blu (Polônia), Deir Yassine (Argélia), Aurora (Itália), Yulara (Espanha), Alma (Reino Unido), Sirius (Reino Unido), entre outros.

Já os brasileiros detidos são:

– Ariadne Catarina Cardoso Teles
– Magno De Carvalho Costa
– Luizianne De Oliveira Lins
– Gabrielle Da Silva Tolotti
– Bruno Sperb Rocha
– Mariana Conti Takahashi
– Thiago de Ávila e Silva Oliveira
– Lucas Farias Gusmão
– Mohamad Sami El Kadri
– Lisiane Proença Severo
– Nicolas Calabrese (argentino, com cidadania italiana, residente no Brasil)

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.