VÍDEO – Youssef diz que tinha “cláusula de desempenho”, com compensação financeira, em sua delação premiada na Lava Jato

Atualizado em 16 de fevereiro de 2018 às 16:43

Do Globo:

O doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da Lava-Jato, afirmou nesta sexta-feira ter aberto mão da cláusula de desempenho que fazia parte de seu acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal. Pela cláusula de “performance” ele receberia parte do dinheiro que ajudasse a recuperar, dentro e fora do Brasil. O juiz Sergio Moro deu prazo de cinco dias para o MPF apresentar o aditivo do acordo do doleiro depois que a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez perguntas ao doleiro a respeito da “taxa de sucesso” de sua delação.

A defesa do ex-presidente perguntou se o doleiro recebeu algum valor desde o início da Lava-Jato, referente à taxa de 1/50 avos de todos os valores que viessem a ser recuperados nas investigações com a ajuda dele. O advogado de Lula disse que o doleiro também poderia, segundo o acordo inicial, recuperar parte de seus bens apreendidos.

– Não recebi e não receberei – afirmou o doleiro.

O advogado de Lula pediu que o documento seja incorporado ao processo. Caso a cláusula de performance tivesse sido mantida, o advogado do ex-presidente questionaria a vantagem financeira e econômica que Youssef teria ao relatar fatos vinculados ao esquema de corrupção na Petrobras. (…)

Pelo acordo inicial, caso a Justiça conseguisse recuperar R$ 1 bilhão, ele embolsaria R$ 20 milhões. Além de imóveis e carros de luxo, a Polícia Federal ainda apreendeu R$ 1,8 milhão em espécie no escritório do doleiro em São Paulo. Entre os bens apreendidos estavam 74 apartamentos em um hotel em Aparecida, no interior de São Paulo, seis apartamentos em um hotel de luxo em Londrina, 35% das ações de um hotel em Jaú, também em São Paulo, e 50% de um terreno de 4,8 mil metros quadrados, avaliado em R$ 5,3 milhões.

Ao comentar as vantagens, na época, a defesa de Youssef disse que a delação era premiada e, portanto, pressupunha vantagens a seu cliente.