Em 2011, a ONU declarou 30 de agosto como o Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados. Para marcar a data, o Movimento Vozes do Silêncio lançou o filme que conta a história da mulher que lutou até morrer para encontrar seu filho, alvo da ditadura. “Quem é essa mulher?” é refrão da música Angélica, de Chico Buarque, uma homenagem à estilista Zuzu Angel, mão de Stuart Angel, vítima de desaparecimento forçado.
A ditadura pós-64 sequestrou e matou brasileiros, mas a data foi estabelecida pela ONU não só para lembrar os horrores do autoritarismo político. Mas o desaparecimento de uma forma geral. E o número é gigantesco.
“No Brasil, todo ano, 250 mil pessoas desaparecem sem deixar vestígios. Desse total, 40 mil são menores de idade, dos quais um terço são meninas destinadas a fins sexuais. Muitas escapam ou são encontradas, contando histórias terríveis; outras nunca mais são vistas com vida.”. Esse é um dado de 2016, que está impresso na contracapa de um livro nacional, intitulado “Diário de uma Escrava”, de Rô Mierling.