VÍDEOS: “justiceiros” lutadores de jiu-jitsu “caçam” assaltantes em Copacabana (RJ)

Atualizado em 6 de dezembro de 2023 às 8:15
“Bad boy” de Copacabana convoca moradores para “vingança” contra arrastões. Foto: reprodução

Com pedaços de pau, tacos de beisebol, soco-inglês e sob escolta de homens armados, um grupo de Copacabana decidiu tomar medidas paralelas por conta própria diante do aumento dos assaltos na região do bairro icônico do Rio de Janeiro. Composto majoritariamente por praticantes de Jiu-Jítsu e outros cidadãos considerados “bad boys”, o grupo iniciou uma ação “caça” coordenada para enfrentar assaltantes e até menores infratores na zona sul do Rio de Janeiro.

A ação teria sido organizada no sábado (2) após o espancamento de um idoso de 67 anos, Marcelo Bechimol, que tentou socorrer uma mulher cercada por assaltantes. As imagens que mostram o empresário cair desmaiado motivou o grupo a se organizar em um movimento de patrulha nas ruas para confrontar os ladrões.

As “rondas” já começaram, e um encontro marcado para sexta-feira (8) busca expandir e organizar as atividades do grupo. A intenção é segmentar o “patrulhamento” por ruas, agindo de forma a enfrentar os criminosos e enviar uma mensagem de que a comunidade não aceitará mais a violência impune.

Uma série de vídeos publicados nas redes sociais mostram a ação dos homens, que combinaram a ação em grupos de WhatsApp, e percorreram as ruas em bando, todos vestidos de preto.

Um dos integrantes do movimento expressou a estratégia adotada: “A parada é sentar o sarrafo no final de semana. Quebrar uns 10, deixar hospitalizado que aí dão um jeito de meter o Exército nos pontos de ônibus e para a bagunça. Tem que ser algo de volume”. No entanto, ele ressaltou que essa abordagem não é respaldada por lei e pode gerar problemas ao grupo.

Soco-inglês, roupa preta, lista de presença e escolta armada: ‘justiceiros’ criam grupos para ‘caçar’ ladrões em Copacabana. Foto: Reprodução

Outro membro destacou a insatisfação com o sistema judicial e os direitos humanos, argumentando que a população precisa se proteger diante da ineficácia e omissão do Estado. A atuação da Polícia Militar na região é um ponto de divisão entre os moradores, com opiniões variadas sobre a eficácia e coragem dos policiais diante da criminalidade.

“E ai, rapaziada de Copacabana? Qual vai ser? Vamos deixar os caras fazerem o que querem aqui no nosso bairro mesmo? Cadê a nossa rapaziada de 2015 que botou esses caras tudo pra correr?”, questionou um homem em convocação que viralizou nas redes sociais.

Uma das imagens mostra a tentativa de linchamento de um dos supostos assaltantes, que é agredido a socos e pauladas pelo grupo. A ação teria ocorrido em Botafogo, também na zona sul.

Professor e mestre em Jiu-Jitsu, Fernando Pinduka foi um dos que convocaram a ação em publicação divulgada no seu perfil no Instagram, com mais de 109 mil seguidores. Na postagem, ele classifica como “limpeza” a violência contra os menores infratores.

“Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa idéia , abraçando o projeto de limpeza em Copacabana”, escreveu.

O movimento abrangente conta com a participação de mulheres, que expressaram seu apoio à iniciativa. Uma delas afirmou: “Não acho que só os lutadores têm que pôr a cara a tapa… acho que todos que têm interesse em poder andar sem terror no bairro tinham que ao menos fazer número e apoiar os lutadores. Se vierem prender a gente, [temos que] fazer muito protesto!”.

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