VÍDEOS: Os estragos do Furacão Melissa, que atingiu a Jamaica com ventos de 300 km/h

Atualizado em 29 de outubro de 2025 às 7:18
O furacão Melissa. Foto: Divulgação

O furacão Melissa atingiu a Jamaica nesta terça-feira (28) com ventos superiores a 300 km/h, tornando-se a tempestade mais forte a atingir o país neste século. De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), Melissa inicialmente foi classificado como um furacão de categoria máxima, mas, ao tocar o solo, perdeu intensidade, sendo rebaixado para categoria 4, com ventos constantes de 240 km/h.

No entanto, as condições ainda são altamente ameaçadoras, com ondas de até quatro metros e precipitações que podem ultrapassar 700 mm, aumentando o risco de inundações repentinas e deslizamentos de terra. As autoridades da Jamaica já confirmaram a morte de pelo menos três pessoas devido ao impacto da tempestade, que também causou danos significativos em áreas próximas ao epicentro do furacão.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou para uma “situação catastrófica” no país, destacando que a intensidade das rajadas de vento e as chuvas intensas representam um risco enorme para a população. A especialista em ciclones tropicais da OMM, Anne-Claire Fontan, afirmou que esta será, sem dúvida, a tempestade do século para a Jamaica.

O furacão Melissa não causou apenas danos na Jamaica. Antes de atingir a ilha caribenha, o furacão já havia causado mortes no Haiti e na República Dominicana, com a tempestade sendo responsável por pelo menos quatro óbitos nessas regiões.

O movimento lento do furacão sobre as águas quentes do Caribe intensificou seu poder destrutivo, e os ventos no olho do furacão têm o potencial de causar falhas estruturais e grandes cortes de energia e comunicação nas áreas afetadas. Cuba, que também será atingida pelo furacão, já se prepara para os impactos de Melissa.

Furacão Melissa alcança categoria 5 e representa uma grave ameaça à Jamaica, com risco de ‘inundações devastadoras’. Foto: Divulgação

O Conselho de Defesa Nacional cubano declarou fase de alerta em seis províncias, com cerca de 650 mil pessoas sendo retiradas das áreas mais vulneráveis. O NHC informou que o furacão avança a uma velocidade muito lenta, o que aumenta o tempo de exposição das áreas afetadas.

As autoridades cubanas pediram à população que se preparasse para grandes inundações e ventos extremamente fortes, com previsão de danos significativos à infraestrutura do país. Melissa é o 13º furacão da temporada de furacões do Atlântico de 2023, que vai de junho a novembro.

Com a intensificação dos fenômenos climáticos, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alertam que a frequência e a intensidade desses eventos têm aumentado devido ao aquecimento global, causado, em parte, pela ação humana. O aquecimento das águas do oceano e da atmosfera libera mais energia, tornando os furacões mais poderosos e devastadores.

Além da tragédia humana e material, o impacto econômico de eventos como o furacão Melissa também é significativo. A Federação Internacional da Cruz Vermelha estima que até 1,5 milhão de pessoas podem ser diretamente afetadas pela tempestade na Jamaica, e mais de 800 abrigos foram montados para acolher os deslocados.

Em meio à destruição, muitos moradores, como Roy Brown, que vive em Port Royal, preferiram permanecer em suas casas, temendo que não haveria escapatória das consequências fatais da tempestade. O aumento da frequência de furacões como Melissa é um reflexo das mudanças climáticas que têm afetado o planeta nos últimos anos.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.