VÍDEOS: Tempestade e nuvem de areia deixam 139 árvores caídas e 500 mil sem luz em SP

Atualizado em 23 de setembro de 2025 às 6:26
Ventos de até 98 km/h provocam estragos na Grande São Paulo durante tempestade. Foto: Divulgação

A forte tempestade que atingiu São Paulo na segunda-feira (22) provocou estragos em várias regiões da capital e da Grande SP. A combinação de chuva intensa com ventos de quase 100 km/h derrubou árvores, destelhou casas, deixou semáforos apagados e causou alagamentos.

A Defesa Civil informou que, em algumas áreas, córregos chegaram a transbordar, agravando a situação no trânsito já comprometido. O fenômeno foi resultado da chegada de uma frente fria vinda do Sul, que trouxe não apenas instabilidade, mas também queda brusca de temperatura.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, foram registradas 139 quedas de árvores, o que bloqueou temporariamente avenidas como Nove de Julho, Rubem Berta e Sumaré. A intensidade da ventania foi suficiente para derrubar até árvores saudáveis, de acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).

Ainda conforme a administração municipal, entre janeiro e setembro deste ano já foram realizadas mais de 112 mil podas e quase 10 mil remoções preventivas de árvores. Mesmo assim, o impacto da tempestade foi significativo e exigiu a atuação de 122 equipes em campo.

O fornecimento de energia foi outro ponto crítico. A Enel informou que mais de 500 mil imóveis chegaram a ficar sem luz durante o temporal, sendo 280 mil apenas na capital. No fim da noite, cerca de 380 mil ainda estavam no escuro. A distribuidora mobilizou mais de mil equipes, mas não divulgou previsão de restabelecimento imediato.

A queda de energia também atingiu serviços essenciais, como hospitais e semáforos, aumentando o caos urbano. No trânsito, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) contabilizou 55 semáforos apagados, 25 em falha e outros 18 em modo intermitente.

Com isso, a cidade registrou 351 km de lentidão no pico da tarde. Apesar da dimensão do problema, esse não foi o maior índice do ano: em agosto, São Paulo chegou a marcar 1.335 km de congestionamento. A CET informou que mobilizou 549 agentes e 248 viaturas para tentar amenizar os efeitos da pane elétrica no tráfego.

Alerta da Defesa Civil emitido nesta segunda-feira (22). Foto: Reprodução

As rajadas de vento foram medidas em diferentes pontos da cidade. No Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte, a velocidade chegou a 98,2 km/h às 14h08. Em Congonhas, na Zona Sul, foram registrados 87 km/h, enquanto em Santana-Carandiru, 92,1 km/h.

O recorde de São Paulo, no entanto, segue sendo de outubro de 2024, quando a ventania alcançou 107,6 km/h. A Defesa Civil reforçou que equipes foram acionadas para atender ocorrências de queda de placas e galhos nas zonas Sul e Oeste.

O volume de chuva, embora não tenha sido extremo, trouxe transtornos. A média foi de 33,4 mm até as 18h, com destaque para a Zona Sul, que acumulou 34,8 mm. Franco da Rocha, na Grande São Paulo, registrou acima de 80 mm, segundo a Climatempo.

O meteorologista César Soares explicou que a maior preocupação não foi o volume de água, mas sim a intensidade dos ventos, potencializada pela linha de instabilidade que antecedeu a frente fria. Sete atendimentos para desabamentos foram registrados pela Defesa Civil no período entre 7h e 19h. Três ocorreram na Zona Leste, três na Sul e um na Norte. Não houve registro de feridos.

Os alagamentos também se espalharam pela cidade, somando 18 pontos críticos e extravasamentos de córregos em regiões como Campo Limpo, Cidade Ademar e Santo Amaro. Em Congonhas, passageiros filmaram a água invadindo parte do terminal.

A Defesa Civil emitiu alertas por mensagem de celular em toda a capital e região metropolitana, avisando sobre risco de quedas de árvores e destelhamentos. No início da tarde, a escuridão chamou atenção de moradores: imagens mostraram nuvens densas avançando rapidamente sobre a Barra Funda, na Zona Oeste, e transformando o dia em noite.

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Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.