“Vigília” e buzinaço: militantes pró e contra Bolsonaro se encontram na sede da PF

Atualizado em 22 de novembro de 2025 às 20:56
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro fazem oração em frente à PF

A mobilização em frente à Superintendência da Polícia Federal em Brasília ganhou força na tarde deste sábado, após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. Enquanto aliados do ex-presidente se concentraram para orações e cânticos religiosos, apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fizeram buzinaços e manifestações favoráveis à decisão do Supremo Tribunal Federal. A presença simultânea dos dois grupos elevou a tensão na área externa do prédio.

Apoiadores de Bolsonaro formaram uma roda de oração e entoaram cânticos, pedindo proteção ao ex-presidente. Muitos exibiam bandeiras do Brasil e cartazes com críticas ao STF. O clima religioso acabou se misturando ao caráter político da concentração, que atraiu pessoas ao longo da tarde. Segundo relatos do local, os cânticos se repetiam enquanto aguardavam informações sobre os próximos passos da PF.

No lado oposto, apoiadores de Lula celebraram a prisão com buzinaços e palavras de ordem. Para eles, a decisão judicial representava o encerramento de um ciclo de impunidade. O grupo ironizou a situação, e alguns manifestantes exibiram cartazes lembrando episódios de tentativas de golpe e ataques à democracia. A movimentação cresceu à medida que as notícias sobre o motivo da prisão se espalharam.

As provocações entre os grupos começaram no fim da tarde. Trocas de xingamentos, críticas e disputas de gritos foram registradas no local. A Polícia Militar do Distrito Federal montou barreiras humanas para tentar impedir confrontos diretos. Os policiais passaram a orientar manifestantes de ambos os lados a se manterem afastados, evitando uma escalada do conflito.

O policiamento reforçado buscou separar as áreas destinadas a cada grupo. Viaturas, policiais a pé e equipes de ronda acompanharam a movimentação, temendo que a proximidade entre os manifestantes gerasse empurra-empurra. A PMDF afirmou que, apesar da tensão, não houve registro de feridos até o início da noite.

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O magistrado considerou a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, registrada durante a madrugada, como um dos fundamentos centrais da decisão. A ordem de prisão determinou a transferência imediata do ex-presidente para a sede da Polícia Federal em Brasília.