Algumas vinhetas de televisão marcaram época não apenas por sua estética, mas por causarem verdadeiro desconforto em quem as assistia. O exemplo mais emblemático talvez seja o clássico “Plantão da Globo”, cuja trilha sonora grave e urgente entrava de forma abrupta na programação para anunciar notícias graves — acidentes, mortes e tragédias nacionais.
O impacto era tanto que, até hoje, o som é associado instantaneamente a algo ruim. É possível reviver essa memória assistindo à vinheta clássica de 1991:
Outro caso emblemático é a abertura brasileira de Além da Imaginação, exibida pelo SBT nos anos 90. Com narração misteriosa, imagens em preto e branco e uma trilha perturbadora, a introdução evocava uma sensação de suspense profundo — especialmente para quem assistia sozinho à noite. A vinheta original pode ser conferida
Não menos simbólica é a vinheta de encerramento da Globo nos anos 1970, que se despedia dos telespectadores com a frase “Até amanhã”. A música melancólica e a tela escura passavam uma sensação de solidão e encerramento absoluto, algo que impactava ainda mais crianças e adolescentes na transição da infância para a noite silenciosa. O registro histórico dessa vinheta pode ser visto aqui.
Também causava calafrios a abertura do programa Linha Direta, da TV Globo. Misturando imagens sombrias, reconstruções de crimes e uma trilha densa, a vinheta já preparava o clima de tensão para as histórias reais de violência que viriam a seguir. O medo era tão palpável que muitos mudavam de canal quando a vinheta começava. A abertura completa do programa está disponível neste link.
Essas vinhetas mostram como o som e a imagem, mesmo em poucos segundos, podem marcar profundamente uma geração inteira. Elas não eram apenas aberturas ou encerramentos — eram portais emocionais que nos colocavam em estado de alerta, silêncio ou reflexão. Para muitos, bastava ouvir os primeiros acordes para o medo se instalar.