
Nesta terça (16), a Polícia Federal apreendeu diversos itens no apartamento funcional do deputado federal Antônio Leocádio dos Santos, conhecido como Antônio Doido (MDB-PA), durante a operação Igapó. Foram encontrados caixas de vinho, relógios de luxo, celulares e dinheiro em espécie.
A operação investiga um esquema de desvio de verbas públicas por meio de fraudes em licitações no Pará. Até o momento, a PF ainda está contabilizando o valor exato do dinheiro apreendido. Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão no Pará e no Distrito Federal.
A investigação foi iniciada após determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto deste ano, para apurar suspeitas de que Antônio Doido estaria desviando recursos de contratos públicos do governo do Pará para financiar campanhas eleitorais em 2024.
A operação se concentra nos anos em que o deputado e seu irmão disputaram a prefeitura de Ananindeua e Ourém, no Pará. Ambos saíram derrotados nas eleições municipais de 2024. O caso tramitava inicialmente na Justiça Eleitoral do Pará, mas devido ao foro privilegiado de Antônio Doido, foi remetido ao STF para que fosse investigado por aquela instância.

Duas empresas estão sendo investigadas no caso, registradas em nome da esposa do deputado e de um “gerente” de uma fazenda dele. A PF acredita que essas pessoas atuavam como “laranjas” para facilitar a movimentação ilegal de recursos.
O contrato que está sendo investigado diz respeito a uma licitação para obras no Canal do Bengui, em Belém, que tem um valor estimado em R$ 142 milhões. Segundo a Polícia Federal, os elementos obtidos até o momento indicam fortemente que uma organização criminosa estava envolvida em uma série de delitos.
Além de fraudes em licitações e contratos, os investigadores identificaram crimes eleitorais, corrupção e lavagem de dinheiro entre as práticas do grupo.