Celso Amorim, assessor especial do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assuntos internacionais, disse que seu encontro com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi “apenas o primeiro passo para um processo de paz”.
“A negociação tem várias etapas, a primeira é a criação de confiança entre os atores. Para isso, ela foi muito positiva”, afirmou Amorim. Ele também ressaltou que o objetivo dessa viagem “foi a criação de confiança” e a “manutenção do diálogo”.
Amorim disse não ter se surpreendido com a declaração de Zelensky de que o único plano de paz é o da Ucrânia, que exige a saída dos russos de seu território. O diplomata, entretanto, destacou que “não podemos desistir de trabalhar pela paz”.
“A gente não pode desistir [de trabalhar pela paz]. Haverá um momento, até mesmo pelo cansaço dos países que apoiam um ou outro, em que o dano causado pela guerra será maior do que o prejuízo causado por alguma concessão”, ressaltou.
Amorim também disse que ainda não sabe se chefe do Executivo brasileiro aceitará viajar à Ucrânia. “Nesse momento, é importante que haja países que estejam articulados, para que a oportunidade não escape entre os dedos. Eu acho que esse pode ser o papel do Brasil”, acrescentou.
Zelensky, por sua vez, afirmou que espera receber o petista em seu país. O desejo dele foi realizado publicamente após um encontro entre ele e Celso Amorim. “Discutimos a possibilidade de realizar o Encontro Ucrânia-América Latina. Espero continuar o diálogo com o presidente Lula e recebê-lo na Ucrânia”, afirmou.