Visita de Bolsonaro a Augusto Aras é ato explícito de corrupção. Por Fernando Brito

Atualizado em 25 de maio de 2020 às 20:06
Augusto Aras, PGR, e Bolsonaro

Publicado originalmente no Tijolaço:

Por Fernando Brito

A ida, súbita, de Jair Bolsonaro a um evento interno da Procuradoria Geral da República e lá, derramar-se em elogios ao senhor Augusto Aras é, para qualquer um que queira ver, um ato explícito de corrupção.

Afinal, está evidente que o “bilu-bilu” no Procurador é uma lânguida insinuação de que pode ser de Aras uma das vagas de Ministro do Supremo Tribunal Federal que Bolsonaro poderá preencher e, convenhamos, isso vale ouro.

No Código Penal este é o nome que se dá a quem ”oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”.

Bem, nos próximos dias estará Aras a praticar um ato de ofício, oferecendo ou não denúncia contra Bolsonaro no inquérito presidido por Celso de Mello sobre a prática ou não de advocacia administrativa do atual presidente interferindo em inquéritos na Polícia Federal.

Se um olhar na direção de Moro, para a mídia, é prova irrefutável de que Bolsonaro pressionou Moro a mudar integrantes da Polícia Federal, esta festinha inesperada o que é?

O Ministério Público – sim, aquele valentão da Lava Jato – vai reagir a esta ofensiva para comprá-lo em troca de impunidade?

Ou a frase de Rodrigo Janot vai ter que ser modificada para “enquanto houver bambu tem cargo”?