Visitas, reforço policial e exames: o primeiro mês de Bolsonaro na prisão domiciliar

Atualizado em 4 de setembro de 2025 às 8:06
Ex-presidente Jair Bolsonaro durante cumprimento da prisão domiciliar determinada pelo STF – Foto: Reprodução

Jair Bolsonaro (PL) completou um mês em prisão domiciliar na mesma semana em que começou a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes em 4 de agosto, após entender que o ex-presidente violou restrições cautelares impostas em julho, como o uso das redes sociais. A defesa nega descumprimento e pede a reconsideração da decisão.

Ao longo desse período, novas provas reunidas pela Polícia Federal (PF) levaram ao indiciamento do ex-chefe de Estado e de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sob suspeita de coação de autoridades responsáveis pelo processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segundo relatório, eles atuaram para pressionar instituições como o STF e o Congresso, inclusive com apoio financeiro a ações fora do país. O caso agora está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Alexandre de Moraes sério, segurando microfone e falando sem olhar para a câmera
O ministro relator Alexandre de Moraes, na sessão do STF de julgamento de Bolsonaro e de mais sete réus da trama golpista – Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

No dia 26 de agosto, Moraes determinou reforço no monitoramento, e a Polícia Penal do Distrito Federal passou a acompanhar Bolsonaro em tempo real. O ministro justificou a medida pelo risco de fuga e pela atuação de Eduardo no exterior. Quatro dias depois, a vigilância foi intensificada na área externa da casa do ex-presidente, com vistorias em veículos e vigilância presencial devido a pontos cegos.

Durante o período, Bolsonaro também precisou de cuidados médicos. Em 16 de agosto, realizou exames em Brasília que apontaram infecções pulmonares, além de esofagite e gastrite. Os procedimentos foram autorizados pelo próprio Moraes.

As visitas foram outra marca do primeiro mês de prisão domiciliar. Familiares tiveram acesso liberado, sem necessidade de autorização prévia, incluindo filhos, cunhadas e netos. Políticos aliados também estiveram com o ex-presidente, entre eles o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

Com o julgamento em andamento e sob monitoramento reforçado, Bolsonaro segue cumprindo prisão domiciliar no Solar de Brasília. A expectativa é de que as próximas semanas definam o rumo do processo e os efeitos políticos de sua situação jurídica.