Vitória do governo: CPI do INSS nega convocação do filho de Lula e frustra bolsonaristas

Atualizado em 4 de dezembro de 2025 às 15:57
O empresario Fabio Luis, o Lulinha, filho do presidente Lula. Foto: Greg Salibian/Folhapress

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS rejeitou nesta quinta (4), por 19 votos a 12, a convocação de Fábio Luís Lula da Silva, o “Lulinha”. Também derrubou, por 19 a 11, o pedido para ouvir o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Os votos da base do governo barraram o movimento da oposição, que tentava ampliar o alcance político da investigação. O filho de Lula chegou a ser acusado de atuar como “lobista” de Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, por Carlos Viana (Podemos-MG).

Fábio Luís não é investigado no esquema de fraudes de descontos em aposentadorias e pensões, e sua defesa ainda não se manifestou. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) disse que os pedidos eram sustentados apenas por “narrativas políticas”.

Segundo ela, não há “nenhuma prova documental” que conecte Lulinha ao esquema, e a tentativa de convocá-lo buscava criar um elo indevido entre Lula e fraudes no INSS. “Não vai levar em nada ao objetivo da CPI”, afirmou.

Jorge Messias. Foto: Emanuelle Sena/ Ascom/AGU

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) também classificou a convocação como “fora de propósito”, reiterando que não existem provas que liguem o filho do presidente ao “Careca do INSS”. Para a base aliada, a inclusão de Fábio Luís na CPI visava provocar desgaste político ao governo.

Jorge Messias, indicado por Lula ao STF, também era alvo da oposição. Deputados acusaram a AGU de ter conhecimento prévio das fraudes e se omitido, além de relacionar o advogado-geral à indicação de Virgílio de Oliveira, investigado no caso e afastado por ordem judicial, como procurador-geral do INSS.

A votação que barrou a convocação de Messias ocorre em meio ao impasse sobre sua indicação ao Supremo, que enfrenta resistência no Senado. Segundo aliados, ele ainda não tem os votos necessários para aprovação, que exige apoio mínimo de 41 senadores.

Na mesma sessão, a CPI aprovou a convocação do governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais. A base governista quer que ele explique atividades da “Zema Financeira”, empresa da qual é herdeiro e ex-administrador, que atua no mercado de crédito consignado para aposentados e pensionistas.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.