
Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou os três primeiros indivíduos acusados por seus papéis nos atos golpistas de 8 de janeiro. Aécio Lucio Costa Pereira, que foi o primeiro réu a ser julgado, foi sentenciado a 17 anos de prisão.
Antes de se envolver na tentativa de golpe e vandalismo de patrimônio público, Aécio já tinha um histórico de violência. Durante seu período como síndico em um condomínio em Diadema, Grande São Paulo, ele acumulou pelo menos 10 boletins de ocorrência contra ele. Estes boletins incluem alegações de agressão verbal, homofobia, intolerância religiosa e até furto.
O Fantástico exibiu no domingo (17) testemunhos de vizinhos preocupados com o comportamento de Aécio. Uma professora, que optou por não revelar sua identidade, disse que Aécio a ameaçava verbalmente e também se envolveu em agressão física com outros residentes.
Durante os oito anos em que atuou como síndico, Aécio foi alvo de pelo menos 10 boletins de ocorrência por ameaças e agressões, incluindo um caso de furto de celular em 2018.
Divisão Ideológica e Homofobia
Segundo Vando Estrela, um residente do mesmo condomínio e ex-amigo de Aécio, as relações azedaram quando Aécio descobriu suas inclinações políticas de esquerda. Aécio proferia insultos homofóbicos e também ofendia mulheres no condomínio.
Sebastião Coelho, advogado de Aécio, argumentou no STF que seu cliente não cometeu crimes no dia dos atos golpistas. Aécio, que trabalhou como técnico da empresa paulista de saneamento Sabesp por 28 anos, foi demitido três dias após o incidente.
As condenações pelos atos golpistas de 8 de janeiro são uma etapa significativa na busca por justiça e ordem, especialmente considerando o histórico perturbador do primeiro réu julgado, Aécio Lucio Costa Pereira. O caso ainda levanta questões sobre a extensão e os limites do devido processo legal em situações tão delicadas e politicamente carregadas.