“Você não é jornalista?”

Atualizado em 6 de junho de 2011 às 18:00
Numa visita ao Stamford Bridge, estádio do Chelsea

“Você não é jornalista?”

Estou em Cumbica, na esteira que traz as malas de Londres. Vejo à minha frente, impaciente, Brad Gilbert, antigo tenista e, depois, treinador de jogadores como Agassi e comentarista de tevê. Presumo que estivesse em Roland Garros, mas não faço a menor idéia do que o trouxe a São Paulo.

“Sou.”

Já fui confundido algumas vezes com um jornalista que participa de debates esportivos no Sportv. Preparei-me para dizer “não” à próxima pergunta.

“Você não é o cara do Diário do Centro do Mundo?”

Uau. Me pegou de surpresa. Jamais imaginei este tipo de cena. Aquiesci.

“Nunca ninguém escreveu sobre a mídia como você, cara. Os bastidores. Essas coisas todas.”

Agradeço.

Ele me conta que está morando e estudando em Londres. MBA. Tem uns 30 anos, e veio passar uns dias em São Paulo. Combinamos tomar umas pints – cervejas – quando estivermos, ambos, em Londres de volta.

Ele tem uma ligação com a Fundação Dom Cabral, que conheci bem em meus anos executivos na editora Abril. A fundação organizava cursos de gestão. Valim, dela, rosto típico de professor em seus óculos de míope, foi um dos moderadores mais competentes que vi na vida. Adotei uma prática dele. Quando muita gente num encontro pedia a palavra, ele anotava os nomes numa lousa, um a um. E dava o microfone pela ordem. Isso evitava o caos de manifestações cruzadas.

Peço a ele que envie um abraço a Valim.

“Não para”, ele me diz.

Não vou parar.