Voltamos a usar o bordão de Sarney: “Tem que dar certo”. Por Fernando Brito

Atualizado em 2 de janeiro de 2020 às 14:47
Sarney como presdiente. Foto: Reprodução

Publicado originalmente no Tijolaço:

POR FERNANDO BRITO

O bordão “tem que dar certo”, usado por José Sarney antes que o Plano Cruzado desabasse parece estar de volta.

Hoje, o Valor publica a pesquisa da consultoria internacional IHS-Markit, que mede as compras feitas pelos gerentes de estabelecimentos industriais, caiu a 50,2 – 50 é o índice “zero”, acima disso é aumento e abaixo, retração – em dezembro.

Transcrevo do Valor:

“Embora o setor industrial do Brasil tenha continuado a se expandir no final de 2019, as taxas de crescimento de novos pedidos e da produção diminuíram nitidamente. Dezembro também observou um retorno aos cortes de empregos e à queda mais acentuada nas exportações em mais de uma década. A inflação de custo de insumos aumentou um pouco, devido à depreciação do real, mas as empresas se mostraram relutantes em repassar as cargas de custos aos clientes devido às condições contidas da demanda. Um aspecto positivo foi que o otimismo em relação aos negócios se fortaleceu e atingiu um recorde de alta de 11 meses”, diz o relatório.

Repare a última frase. Está nela o “otimismo compulsório” que autoridades e mídia transpiram, com pouca ou nenhuma base nos fatos.

Hoje saiu também o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas: 0,77%, contra 0,86% da semana anterior, porque parte do aumento dos preços das carnes já havia sido absorvida nas medições de semana passada. Mas, ainda assim, o grupo alimentação não cedeu, ficando em 2,56% contra 2,52% da semana anterior.

No pós-reveillon é que se poderá aferir se o comportamento dos preços vai confirmar a queda do IPCA para algo como 0,5% em janeiro.