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Votação remota, “termômetro” e Haddad: os bastidores da vitória do governo na Reforma Tributária

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Foto: reprodução

O principal assunto do mundo político desta semana foi a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. Para ela, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), contou com a articulação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, por sua vez, mostrou sua força nos bastidores para conduzir as propostas econômicas na Proposta de Emenda Constitucional do governo Lula.

A estratégia de Lira em permitir as votações remotas para garantir um alto quórum foi bem-sucedida na aprovação da reforma tributária. Além disso, o presidente da Câmara utilizou um requerimento de adiamento de votação como “termômetro” para avaliar o apoio dos deputados à PEC da reforma. Foram 357 votos contra a remarcação, dando tranquilidade para seguir com a Proposta.

No entanto, a discussão da proposta aconteceu em meio a possíveis trocas ministeriais, causando mal-estar na bancada do União Brasil. O deputado Celso Sabino (União-PA), cotado para ministro do Turismo, tem pressa pela nomeação, já o líder do partido, Elmar Nascimento (União-BA), busca negociar a autonomia para indicar aliados a outros órgãos. Enquanto isso, Daniela Carneiro permanece no cargo.

O “Centrão”, por sua vez, pressiona para que outros partidos também entrem na negociação por ministérios e cargos, contando com o apoio de Lira. A sintonia entre ele e Haddad, que também agiu pessoalmente para aprovar o arcabouço fiscal, expôs as críticas dos deputados aos demais ministros do governo, acusados de não atenderem as demandas do Congresso.

Arthur Lira discursa na tribuna da Câmara dos Deputados. Foto: Reprodução

A tramitação da reforma tributária expôs as divergências internas na direita, com Jair Bolsonaro (PL) conclamando os deputados do seu partido a votarem contra o texto, mas sem sucesso em convencer todos.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), endossou a proposta e foi decisivo para seu partido apoiar a reforma, o que gerou irritação entre os bolsonaristas. A situação evidenciou uma rusga existente desde o período em que Tarcísio era ministro de Bolsonaro. Veja o momento em que o governador foi interrompido pelo ex-presidente, mostrando o racha na extrema-direita sobre a votação da PEC da reforma.

Enquanto alguns deputados chamados de “bolsonaristas raiz” criticaram Tarcísio, outros acreditam que a relação pode ser reconstruída. Aliados do governador afirmam que sua postura o coloca como pré-candidato à Presidência em 2026.

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Augusto de Sousa

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